Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

História de amor

%u201CCom palavras governamos homens.%u201D Disraeli

12/08/2018 08:00

Dad Squarisi

Viva! Hoje é o Dia dos Pais. Todos os dias deveriam ser dedicados a ele. Talvez sejam. Mas o calendário escolheu o segundo domingo de agosto. Por quê? A história vem de longe. Dizem que a homenagem nasceu na Babilônia. Mas, modernamente, veio à luz nos Estados Unidos em 1909.


Sonora Louise Dodd criou a data para provar que se orgulhava do pai. John Bruce Dodd perdeu a mulher em 1898. Cuidou, sozinho, dos seis filhos. A menina escolheu o dia do aniversário dele, 19 de junho, para a comemoração. A iniciativa ganhou apoio. Em 1966, o então presidente Lyndon Johnson bateu o martelo. Oficializou o terceiro domingo de junho como Dia dos Pais nos States.

No Brasil

Aqui, paizinhos e paizões ganharam seu dia em 1953. A primeira festa foi em 14 de agosto. A escolha não se deve ao acaso. Coincide com o aniversário de São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus. Depois a data foi transferida para o segundo domingo de agosto. Por quê? Por três razões. Uma: fica mais fácil de lembrar. Outra: a maioria das pessoas não trabalha. A última: o comércio, claro, fatura mais.

Eles disseram

“Fazer um filho não é difícil. Difícil é ser pai.” (Wilhelm Bush)

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“Ser pai é ensinar ao filho curioso o nome de tudo.” (Lêdo Ivo)

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“Sábio é o pai que conhece o próprio filho.” (Shakespeare)

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“Não há amor que mais facilmente perdoe, e mais benignamente interprete e dissimule defeitos, que o amor de pai.” (Padre Antônio Vieira)

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“Para compreender os pais, é preciso ter filhos.” (Sofocleto)

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“Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola.” (George Herbert)

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“Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.” (Sigmund Freud)

Sabia?

Papa tem parentesco com papai. A palavra veio do latim pappa, que nasceu grega. Na origem, traduzia a ternura infantil. Significava papai. Com o tempo, ficou restrita à mais alta autoridade da Igreja Católica — Sua Santidade.  

Paizinho, paizão

É paizinho pra cá, paizinho pra lá. O diminutivo transpira emoção. Deixa a razão pra lá e fala de carinho, amor, ódio, ironia. Exprime a linguagem do coração. Chamar de livrinho um livro pequeno indica tamanho pequeno. Mas de paizinho o homem de 1,90m e 150kg denota afeto. Dizer que a garota é bonitinha não deve alegrá-la. Deu-se um jeito de dizer que ela não é bonita.

Classificar alguém de professorzinho, doutorzinho ou empregadinho desqualifica o professor, o doutor e o empregado. Ofende-os. Se a gente adjetivar o substantivo, então, aumenta o poder da agressão. Quer algo mais pejorativo que advogadinho de porta de cadeia? Ou empregadinho de boteco? Mata sem dó.

Sofisticação

Os caprichos do diminutivo não se restringem ao significado. Estendem-se ao número. O plural das palavras terminadas em –zinho tem exigências. Há que percorrer três etapas. Uma: pôr a palavra primitiva no plural. A segunda: retirar o s. A última: acrescentar o sufixo –zinhos (ou -zinhas). Quer ver?

Animal — animais, animai, animaizinhos

Botão — botões, botõe, botõezinhos

Cão — cães, cãe, cãezinhos

Homem — homens, homen, homenzinhos

Mulher — mulheres, mulhere, mulherezinhas

Papel — papéis, papéi, papeizinhos

Professor — professores, professore, professorezinhos

É isso. O diminutivo enriquece a expressão. Mas não o faz de graça. O caminho para chegar ao plural serve de prova Ufa!

Leitor pergunta

Meus professores diziam que a conjunção embora rejeita o gerúndio. Mas vejo com frequência a dupla embora sendo. A história mudou?
Jane Bia, BH

O embora, Jane, tem um único e eterno amor. É o subjuntivo. O indicativo e o gerúndio tentam tirar uma casquinha. Bobeiam. Não têm vez: Fuma embora seja atleta. Trabalhava muito embora ganhasse pouco. Embora tenha tirado boas notas, não conseguiu a vaga.

Reparou? Quando vem antes da oração principal, a oração iniciada por embora pede vírgula. Quando vem depois, esnoba o sinalzinho. Manda-o plantar batata no asfalto. Xô!

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