Eles tiveram muitos filhos. Os filhos lhes deram um montão de netos. Os netos os presentearam com uma infinidade de bisnetos. A família ficou enorme. Quando todos estavam reunidos, podiam encher a catedral. O clã tinha um jeito especial de viver. Em casa, ninguém brigava. Os sabidos faziam eleição para tudo. A sobremesa seria pudim ou sorvete? Todos votavam. Ganhava a maioria. A meninada ia à piscina ou ao parque? O voto decidia.
A moda pegou. Muitos países copiaram o exemplo. Se alguém quer ser senador, deputado, vereador, prefeito, governador ou presidente, tem de participar de eleição. O povo vota. Ganha quem tiver a preferência de mais gente. É a democracia – o governo do povão. Viva!
Eles disseram
- “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.” (Winston Churchill)
- “Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.” (Abraham Lincoln)
- “A democracia precisa da virtude se não quiser ir contra tudo o que pretende defender e estimular.” (João Paulo II)
- “A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si.” (Aristóteles)
- “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim.” (Millôr Fernandes)
- “Democracia serve para todos ou não serve para nada.” (Betinho)
- “O amor da democracia é o da igualdade.” (Montesquieu)
- “Os verdadeiros democratas não são aqueles histéricos que exigem isto e reivindicam aquilo, que dizem que precisamos de não sei que e que vamos todos morrer estúpidos se não fizermos não sei que mais. São os que vivem e deixam viver. São os que respeitam as opiniões, as excentricidades e as manias dos outros, sem ceder à tentação de os desconvencer à força.” (Miguel Esteves Cardoso)
Eleição é…
Escolha. A palavra vem do latim electione. Entre duas ou mais criaturas, escolhe-se uma. Ou, se preferir, elege-se uma.
Por falar em eleger…
Eleger é verbo generoso. Tem dois particípios. Um regular: elegido. O outro irregular: eleito. Quando usar um ou outro? O compridão acompanha os auxiliares ter e haver. O curtinho, ser e estar: Os brasileiros haviam (tinham) elegido candidato pouco conhecido. O candidato foi (está) eleito.
Bonito, não? Mas eleger vai além. Permissivo, aceita o particípio irregular com ter e estar: Os brasileiros tinham eleito candidato pouco conhecido.
Leitor pergunta
De onde veio a palavra voto?
Ciro Bento, BH
A palavra voto tem duas acepções e duas origens. A primeira veio do latim votum. Quer dizer promessa, desejo. O padre faz voto de castidade. Os noivos, voto de amor eterno. Os padrinhos, voto de batismo. Os amigos, votos de feliz Natal.
A segunda tem sentido político. Nasceu do inglês vote. Significa sufrágio, votação. É a maneira de expressar a vontade ou opinião num ato eleitoral ou numa assembleia: No Brasil, o voto é secreto. Muitos criticam o voto obrigatório. Ainda existe voto de cabresto? O síndico ganhou por um voto. O voto é a arma do eleitor.