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Confira dicas de especialistas para a prova da Secretaria de Educação do DF

São professores de língua portuguesa, redação, atualidades, conhecimentos pedagógicos e Lei Orgânica do DF explicando no que o candidato deve ficar de olho nesse edital

08/12/2016 09:16 | Atualização: 19/12/2016 15:57

Beatriz Fidelis - Especial para o Correio

Ed Alves/CB/D.A Press
A pouco mais de um mês para o concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal, a hora é de focar em se preparar para a prova. Não adianta mais estudar tudo sobre todas as matérias, a chave agora é focar no edital e otimizar o tempo de preparação. Para ajudar os estudos dos concurseiros de plantão conversamos com diversos especialistas das matérias comuns a todas as áreas. Confira.

 

 

 
Língua Portuguesa

 

O professor do Gran Cursos Online Elias Santana explica como otimizar os estudos: “eu sempre falo que o aluno não está estudando língua portuguesa, ele está estudando questões de língua portuguesa. Nesse momento é fundamental concentração total em provas recentes do Cespe”.

 

Entre os pontos mais cobrados na parte de gramática dessa prova estão o estudo do sujeito e concordância verbal, pontuação (principalmente vírgula), emprego do sinal indicativo de crase, funções do que, vozes verbais – que é pré-requisito para as funções do se – partícula apassivadora, índice de indeterminação do sujeito e complementos verbais. “É bom ele focar também em período composto, sobretudo o uso dos pronomes relativos, principalmente o que, o cujo e o onde”, complementa o professor de gramática e interpretação de texto do IMP Concursos, Claiton Natal.

 

“Em todas as provas tem caído no mínimo um item de reescrita textual, que são aqueles itens que o examinador quer saber quanto à correção gramatical e o sentido”, explica o professor Natal. Um outro tema que tem sido recorrente nos editais do Cespe é a regência verbal. “Recentemente foram cobrados, por exemplo, os verbos assistir, visar, aspirar, preferir, os verbos lembrar e lembrar-se, esquecer e esquecer-se”, lembra o professor Elias Santana.

 

Na parte de interpretação de texto vale dar uma estudada em coesão textual (principalmente conjunções e pronomes) e tipologia textual. “Na parte de interpretação do texto o examinador do Cespe é um examinador mais reflexivo, ele vai te cobrar mais inferência e também a substituição lexical, ou seja a substituição vocabular”, esclarece o professor Natal. “Neste ano o Cespe deu muita importância aos textos literários. Tivemos Clarice Lispector, Ferreira Goulart, Machado de Assis. Não seria estranho se o Cespe colocasse um Rubem Alves, que costuma escrever sobre temas de educação nessa prova”, complementa o professor Elias Santana. A dica é, durante os estudos, analisar com cuidado questões de provas anteriores que tiveram textos literários para aprender a analisar esse gênero textual.

 

Ambos professores são categóricos: é fundamental, nessa reta final, praticar fazendo exercícios. O mais importante é treinar fazendo questões de provas do Cespe dos últimos três anos. E não precisa ser necessariamente questões de provas anteriores da Secretaria de Educação: “o Cespe não faz distinção na prova de língua portuguesa de provas de nível médio e superior. Então é fundamental que ele pegue todas as provas do Cespe com exceção das do Instituto Rio Branco e a de consultor legislativo, que são muito aprofundadas”, explica o professor Elias Santana. Na parte de interpretação de texto é ainda mais importante praticar fazendo questões “para o aluno pensar como o examinador pensa”, esclarece o professor Natal. “O que o aluno tem que fazer é ficar um especialista em resolução de provas”, complementa.

 

O professor Elias Santana explica um método de estudo: “O aluno deve pegar a prova e fazer inteira sem distrações, resolver as questões, ver as dificuldades que ele teve e buscar justificar os itens que ele errou. É importante principalmente que ele cronometre o tempo, porque no dia da prova ele vai ter português e outras matérias para resolver no tempo de prova”. Uma dica é estudar fazendo aulas ou por meio de materiais com questões comentadas, em que o candidato consiga entender a lógica por trás da resolução de um item.

 

E para a hora da prova, mais um conselho do professor Elias Santana: “Resolva primeiro as questões de gramática, depois as de interpretação de texto. Isso porque as de gramática são mais diretas e específicas. E ao passo que o aluno vai resolvendo as questões de gramática, tendo que voltar ao texto, lendo e relendo ele já vai compreendendo e interpretando o texto”.

 

Conhecimentos Pedagógicos

 

Uma parte fundamental que permeia toda a prova da SEDF é a área de Conhecimentos Pedagógicos. Ela vai desde os conhecimentos mais básicos até a parte específica destinada a professores de atividades. Entre os principais conteúdos cobrados estão as tendências pedagógicas, o projeto político pedagógico, o currículo em movimento, os tipos de avaliação e planejamento. “Esses temas são como se fossem a espinha dorsal da prova, são o eixo que estrutura essa prova da Secretaria de Educação”, explica a professora dessa área no IMP concursos, Madalena Coatio.

 

Os itens fundamentais que o aluno deve estudar são a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), o Regimento das Escolas Públicas do DF e a Resolução 1/2012 do Conselho de Educação do DF. “Como as leis e normas são muito extensos, vale a pena o aluno focar mais na parte de organização da educação básica” a professora Madalena dá a dica.

 

Segundo a professora, tendências pedagógicas é o conteúdo em que os candidatos costumam ter mais dificuldades, “porque é um conteúdo muito extenso, requer a leitura de muito conteúdo”. A professora indica a leitura de dois autores que tratam de tendências pedagógicas e que, segundo ela “vão ser cobrados na prova com certeza”. São eles Demerval Saviani e José Carlos Libaneo.

 

Visual Hunt
“Não existe um livro com todo o conteúdo, mas eu recomendo que ele acesse os sites governamentais. As diretrizes curriculares estão no site do Inep.  E no próprio site da Secretaria de Educação tem conteúdos como o ciclo, o conteúdo em movimento”, recomenda a professora Madalena. Uma outra dica é o livro Conhecimentos Pedagógicos com Estratégias de Coaching, da professora Márcia Gomes. “Ele foi lançado esse ano, e por isso está bem atualizado”, esplica a professora Madalena.

 

Entre as dicas de estudo dessa parte do conteúdo estão encontrar um lugar calmo e evitar dispersão durante a leitura. “A primeira coisa é procurar um local tranquilo e se desvencilhar das redes sociais. Muitas vezes se perde muito tempo nas redes sociais”, defende Madalena. E ela complementa: “é preciso revisar sempre e diariamente o conteúdo estudado para tirar as dúvidas”.

 

“Depois que a pessoa entendeu minimamente a teoria o ideal é que ela resolva exercícios. Por meio de exercícios a pessoa aprende muito”, defende a professora Madalena. No entanto é necessária uma atenção especial a esse edital, que é inédito na cobrança de alguns conteúdos como é o caso do Regimento Escolas Públicas DF, da Resolução 1/2012 do Conselho de Educação, das políticas públicas para educação, das diretrizes pedagógicas para organização escolar do segundo ciclo, das práticas pedagógicas, do Plano Nacional de Educação e do Plano Distrital de Educação. “Esses conteúdos nunca foram cobrados antes, então não há exercícios de bancas porque nunca teve”, informa a professora Madalena. “No caso de ele estar estudando sozinho o ideal é ele mesmo criar as próprias questões para que ele possa aprender a partir dos conteúdos importantes”, acrescenta Madalena. 

 

Lei Orgânica do Distrito Federal

 

Neste certame da Secretaria de Educação do DF o conteúdo da Lei Orgânica cobrado no edital é relativamente curto. Segundo o edital, podem ser cobrados dos artigos 1° ao 13°, parágrafo único, e do artigo 33° até o artigo 44°. “Ele aplica o Título I completo e seleciona alguns capítulos do Título II. É mencionado o Capítulo I do Título II, a introdução do Título I (artigo 6° ao artigo 9°) e do artigo 10° até o artigo 12° que tratam do Capítulo II. Esses últimos artigos são referentes ao Título II, que trata da organização administrativa do DF. Também é cobrado o Capítulo VI do Título II, que trata dos servidores públicos. Ele vai do artigo 33° até o artigo 44°”, esclarece o professor de Lei Orgânica do DF, do Gran Cursos Online, Rodrigo Francelino.

 

“A banca examinadora é o Cespe, então a gente aqui já faz um destaque: não vão ser cobradas as temidas competências e a parte da administração pública, que são conteúdos em que o candidato tem muita dificuldade”, garante o professor Francelino. Segundo ele, o Cespe gosta de cobrar sobre as emendas da Lei Orgânica publicadas no ano do concurso. “Indico ao aluno ficar atento ao artigo 43° parágrafo único, que trata da licença para atendimento de cônjuge ou dependente com deficiência e do artigo 44° parágrafo único que, com a alteração, ampliou os direitos dos empregados públicos”. É importante também estudar os valores fundamentais e os objetivos prioritários do DF “e uma atenção especial à nova redação do artigo 33° pós-emenda 80 de 2014”, complementa o professor.

 

O Cespe tem uma predileção por contextualizar temas do cotidiano às disciplinas do direito. “Não descarto a possibilidade da redação discursiva, que trata sobre atualidades, ter como tema uma questão de atualidades do DF, como a questão hídrica do DF, a mobilidade urbana, destacando a lei do Uber aprovada no DF. Acrescento ainda a lei de iniciativa do governador do DF para tratar da escolha do administrador regional por meio da participação popular. São temas cabeludos, porém atuais, que a banca examinadora tem em seu leque de opções”, esclarece o professor Francelino.

 

Redação

 

“A redação é, no meu entendimento, a parte mais importante da prova” defende o professor de língua portuguesa Elias Santana. Segundo o edital, um terço da pontuação total da prova é a nota da redação, que tem também caráter eliminatório. “A minha orientação é que o aluno tenha como propósito treinar duas redações por semana. Além disso, ele tem que fazer redações no estilo do Cespe, que é uma redação com tópicos a serem incluídos no texto da dissertação, e quando ele tiver redigindo é importante que ele contemple temas da atualidade”, explica o professor Santana.

 

Visual Hunt
A professora de atualidades Rebecca Guimarães aposta em algum tema transversal à área de educação. “Ele deve pedir alguma coisa com relação ao papel da escola como transformadora na sociedade. A gente acabou de ter um resultado muito aquém do esperado no PISA. E não temos como mudar a sociedade brasileira enquanto a escola e a educação brasileira não forem mudadas”, defende a professora

 

Mas existem outros temas polêmicos que podem ser cobrados, como é o caso do tema dos refugiados e a ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Mas a aposta da professora Rebecca é em algum tema relacionado à educação e à escola: “a gente tem famílias em novas formações: duas mães, dois pais. A questão de gênero e de alunos transgêneros, transexuais. A escola é um espaço muito plural”, explica Rebecca. “Um outro tema muito em alta é a sustentabilidade, é a responsabilidade socioambiental, e a escola tem que provocar isso no indivíduo”, acrescenta.

 

A professora dá uma dica de sucesso para uma redação nota máxima: “eu pediria para que cada candidato fosse um sociólogo do tempo dele. Ele tem que ser repórter do momento em que ele está vivendo. Então ele tem que observar e propor alternativas. Ele tem que fazer uma ligação dos problemas com as soluções, porque isso é muito cobrado no formato da redação do Cespe”.

 

Para os alunos que querem acompanhar temas da atualidade com aulas gratuitas e comentadas é possível encontrar, no YouTube aulas de atualidades dos professores Rebecca Guimarães e Reginaldo Veras.

 

seleção para professores, analistas e técnicos da Secretaria de Educação do DF conta com 2.900 vagas. Os salários chegam a R$ 5.016,53. As provas estão marcadas para os dias 22 e 29 de janeiro de 2017.


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