“Outros temas vão variando de acordo com o concurso. É o caso, por exemplo, dos princípios fundamentais da administração pública, tribunais, poder judiciário”, esclarece o professor Sena. Em certames específicos algumas áreas são mais cobradas, como os temas de segurança pública (art. 144 da CF) para cargos de segurança. E em alguns cargos como os de procurador, promotor, juiz, defensor público e auditor da Receita Federal, chegam a ser cobradas normas de toda a Constituição.
Maiores dificuldades
Segundo o professor Violin há temas mais complicados, que costumam confundir mais os candidatos. “A distribuição de competências entre os entes federados e a disciplina da intervenção federal nos Estados. São dois temas bastante detalhados e relativamente complexos. O estudo superficial não é capaz de demonstrar a lógica que rege esses dois temas. Sem entender a lógica, o candidato tenta memorizar o conteúdo. E aí fica fácil embaralhar todos os detalhes. É preciso estudá-los de modo mais aprofundado para encontrar a linha de raciocínio”, defende.
O professor Sena relembra que “dependendo da banca que aplica, o conteúdo pode ser cobrado de uma forma de outra”. Segundo ele. As “questões que requerem a memorização do texto constitucional são mais difíceis. Isso é mais comum em bancas como a Vunesp e a FCC”. Outra dificuldade dos alunos, segundo o professor Sena é a interpretação da prova de direito constitucional: “o cara tem que lembrar o que está escrito, e vai ter que interpretar aplicando as normas da Constituição no que está na questão”. E as jurisprudências sobre o tema também podem ser um desafio: “se o nível do concurso for um pouco maior pode haver mais dificuldade na jurisprudência, principalmente nas que envolvem decisões do STF”.
Metodologia de estudo
O professor Jordão Violin é categórico “todo candidato precisa ler a Constituição inteira, pelo menos uma vez na vida. Não só para o concurso, mas até por uma questão de cidadania. É a nossa lei maior. Então, não tem desculpa”.
“Todo estudo deve ser revisto em no máximo 30 dias para não cair no esquecimento. Isso vale para o texto da Constituição e para os informativos semanais do STF. O candidato deve estar em dia com a jurisprudência da Corte”, acrescenta Violin.
Por onde começar?
“Antes de mais nada, é preciso estabelecer um método, uma rotina. O candidato deve saber quando vai estudar o que. Recomendo que a leitura dos informativos seja feita do mais recente para os mais antigos. E que a leitura da Constituição seja focada nos itens que constam do edital de concurso. A doutrina deve ser consultada mais como forma de apoio, para tirar dúvidas, ou como preparação para provas de segunda fase”, explica o professor Violin.
O professor Daniel Sena explica a metodologia que ele usa: “o que funciona comigo é estudar tudo sempre ao mesmo tempo. Se eu tenho um edital com dez matérias, o melhor é estudar todas ao mesmo tempo. E isso pode ser feito com um plano de estudo. É bom distribuir a matéria de acordo com o nível de importância na prova. Então você monta um plano de estudos de acordo com o grau de importância de forma que vai estudando todas as matérias ao mesmo tempo”.
E para finalizar, fazer avaliações periódicas da qualidade de estudo. “De tempos em tempos é bom fazer um simulado para avaliar os estudos, como forma de metrificação. Para avaliar a qualidade do que eu estou estudando eu faço simulados”, explica o professor Sena.