Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Mais de um quarto dos candidatos faltou às provas do concurso do STJ

Estão em jogo cinco vagas imediatas e formação de cadastro reserva, e salários de até 11 mil

09/04/2018 15:53

Lorena Pacheco / Renata Rusky /

Ed Alves/CB/D.A Press
Candidatos chegam para fazer as provas para o concurso publico do Superior Tribunal de Justiça - STJ, na Faculdade UPIS na Asa Sul
Uma boa notícia para quem fez as provas do concurso público aberto pelo o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último domingo (8/4). A concorrência, antes registrada em 66.608 candidatos, diminuiu em mais de um quarto. De acordo com a banca organizadora da seleção, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), pela manhã, quando foram avaliados os candidatos de nível superior, 26,26% dos 36.725 inscritos faltaram aos exames (o que corresponde a cerca de 9.643 pessoas). Enquanto no período da tarde, no teste de nível médio, 26,36% de 29.753 participantes faltaram (média de 7.842 pessoas). Ou seja, mais de 17 mil concorrentes não compareceram.


De acordo com o edital, os gabaritos oficiais preliminares serão divulgados ás 19h, desta quarta-feira (11/4), no site do Cebraspe. Quem desejar interpor recurso terá das 9h do primeiro dia às 18h do segundo dia para fazê-lo, a contar do dia subsequente à divulgação dos gabaritos

As chances são para técnicos e analistas judiciários com lotação em Brasília. São oferecidas cinco oportunidades de ocupação imediata e formação de cadastro reserva. Os salários  vão de R$ 6.708,53 a R$ 11.006,82 para candidatos com níveis médio e superior, respectivamente.

Quem foi

Para os cargos técnicos de nível médio, trata-se de boa oportunidade para quem ainda cursa faculdade, mas quer independência financeira, ter meios de custear os estudos ou colaborar com a renda familiar. É o caso de Anna Beatriz Mendes, 20 anos, estudante de publicidade. Ainda no quarto semestre, ela calcula que estuda entre três e quatro horas por dia, sempre em casa. “Depois de formada, quero tentar unir o serviço público à publicidade, mas, por enquanto, o cargo técnico está mais do que bom”, afirma.  Essa foi a quarta prova que Anna fez, mas a sorte ainda não sorriu para ela. Segundo Anna, isso não lhe fez perder a confiança, só fez com que se sentisse mais segura. “Ainda fico um pouco nervosa, mas não como antes”, garante.

Denilson Magalhães, 49 anos, terapeuta ocupacional, não tem tanta expectativa de passar na prova, mas não deixa de fazê-la justamente porque acredita que é uma forma de treinar o emocional e a agilidade mental. “É mais uma experiência que pode ser muito boa para o futuro. Como um simulado”, afirma. A falta de um preparo melhor dele se deve à tentativa árdua de conciliar o trabalho com os estudos e ainda com a família. O filho mais novo tem oito anos e o mais velho, 20 anos. O jeito é descontar tempo das horas de sono: “É com muito esforço que eu estudo. Durmo umas três ou quatro horas por dia”, afirma.

Alan Gustavo Neves, 34 anos, motorista de Uber, fez a prova para o cargo técnico, à tarde. Ele também não estava tão confiante. “Eu trabalho de 12 a 15 horas por dia. É difícil arrumar tempo para estudar”. Alan lamenta a necessidade de trabalhar tanto, o que lhe permite estudar, no máximo, duas horas por dia. Mesmo assim, continua sonhando com a estabilidade de um cargo público.

Diferentemente de muitos concorrentes, Camila Freire, 24 anos, tem o privilégio de poder encarar o estudo como seu trabalho. Estuda oito horas por dia religiosamente. “É meu emprego. É o tempo que as pessoas passam no seu”, afirma. Além de estudar por conta própria, ainda faz um curso on-line, que considera mais cômodo.

Formada em biblioteconomia, ela estagiou no STJ e, agora, deseja voltar para o órgão como concursada. Fez a prova para o cargo técnico, mas acredita que, uma vez lá dentro, consegue ser colocada no local de que mais gosta e sobre o qual entende mais. “Não fiz para analista porque eu teria que ter me dedicado mais e antes eu estava focando no concurso do Corpo de Bombeiros”, justifica. Fazer prova pela manhã e pela tarde seria muito cansativo, então, preferiu escolher apenas uma. al de que mais gosta e sobre o qual entende mais. “Não fiz para analista porque eu teria que ter me dedicado mais e antes eu estava focando no concurso do Corpo de Bombeiros”, justifica. Fazer prova pela manhã e pela tarde seria muito cansativo, então, preferiu escolher apenas uma.

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