Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Após mais de um ano, governo devolverá taxas de concurso da PCGO fraudado em 2016

As investigações revelaram que os candidatos pagavam quantias superiores a R$ 300 mil pela aprovação no concurso. Leia abaixo como era o esquema de fraude

23/07/2018 15:18

Do CorreioWeb

Ed Alves CB DA Press
Após mais de um ano da instauração do inquérito civil que acabou por suspender o concurso público para delegado da Polícia Civil de Goiás (PCGO), em março de 2017, a Secretaria de Gestão e Planejamento do estado (Segplan/GO) decidiu encerrar a seleção neste mês. Em novo comunicado, o órgão orientou os candidatos inscritos no edital n° 7/2016 a solicitar a devolução da taxa de inscrição. O documento, publicado na última sexta-feira (20/7), prevê que a restituição deve ser feita até 18 de agosto.


Para que a devolução ocorra, os inscritos devem preencher formulário no Portal do Servidor. Após o levantamento do valor total a ser devolvido, a Segplan enviará, no prazo de até 30 dias, a relação dos candidatos para a Caixa Econômica Federal. A Caixa realizará os créditos em até 10 dias úteis.

No documento, também é informado que os candidatos que não fizerem o seu requerimento, perderão o direito à devolução.

Entenda a polêmica

Em novembro de 2016, a Polícia Civil de Goiás abriu 36 vagas para o cargo de delegado substituto, sob a organização do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). Devido a suspeita de irregularidades levantada por candidatos, pois houve uma grande quantidade de notas superiores a 90, a Polícia Civil instaurou o Inquérito Policial nº 036/2017, em março de 2017, para investigar a ocorrência de fraude no concurso, o que foi comprovado. No mesmo mês, houve a prisão de cinco pessoas suspeitas de cometerem o crime e a Segplan suspendeu o concurso.

Em maio de 2018 o concurso foi cancelado e um novo foi aberto com 100 vagas para o mesmo cargo. Assim os candidatos já inscritos na seleção fraudada tiveram a possibilidade de requerer gratuidade no novo concurso. Aqueles que não fizeram a solicitação, agora podem pedir a restituição do valor.

No decorrer das investigações, foi identificado que os suspeitos teriam participado em diversas fraudes envolvendo também falsificação de diplomas de nível superior, vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em outubro de 2017, a juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia, determinou a prisão preventiva de oito pessoas suspeitas, além de realizar conduções coercitivas, quebras de sigilo bancários e buscas e apreensões nas residências de supostos integrantes da organização criminosa.

Com informações do Tribunal de Justiça de Goiás, as investigações revelaram que candidatos de certames e vestibulares pagavam quantias superiores a R$ 300 mil pela aprovação no concurso. A fraude ocorria da seguinte forma: as pessoas que pagavam pela aprovação preenchiam algumas questões no cartão-resposta e as restantes eram preenchidas pela organização criminosa, composta de membros das bancas organizadoras.

 

Ao todo, foram 26 envolvidos no esquema de fraude. No próximo 2 de agosto, está marcada para às 13h30, na 10° vara do crimes punidos com reclusão, uma audiência de instrução e julgamento para coletar depoimento de todos os acusados.

 

Novo concurso

O novo edital oferece 100 vagas imediatas para o cargo de delegado substituto. O prazo para realizar a inscrição foi de 12 de junho a 11 de julho pelo site Núcleo de Seleção da Universidade Estadual de Goiás (UEG), banca organizadora da seleção. A remuneração inicial é de R$ 19.242,52, com jornada de trabalho de 40 horas semanais.

A primeira etapa, a prova objetiva, está agendada para a data provável de 12 de agosto, com aplicação em Goiânia/GO e/ou Aparecida de Goiânia/GO. Saiba mais sobre as etapas do concurso aqui.

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