Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

PCDF investiga fraude no concurso da AGU e deve encaminhar caso à PF

Quatro denúncias estão sendo apuradas pela corporação

11/12/2018 16:44 | Atualização: 11/12/2018 17:52

Letícia Cunha*

USP Imagens/Divulgação
Uma denúncia de fraude no concurso público da Advocacia-Geral da União (AGU) está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Candidatos relataram irregularidades ocorridas durante o certame, realizado neste domingo (9/12). No DF, a queixa é que os pacotes com as provas foram abertos anteriormente. De acordo com informações da assessoria da PCDF, houve aditamento de quatro denúncias e que a ocorrência deverá ser encaminhada ao Departamento de Polícia Federal (PF).


Maurício Junior e Mayara Cristina foram dois dos candidatos que realizaram a prova na sala de terceiro andar do UniCEUB, em Brasília/DF, para concorrer ao cargo de analista técnico-administrativo. Segundo as denúncias, os envelopes que continham as provas de ambos, assim como os do restante da sala, vieram violados.

“Tinha um rasgo de aproximadamente 15 centímetros, aparentemente feito por um estilete, ou parecido. Além disso, a última prova do pacote estava dobrada do tamanho exato para ser retirada e colocada de volta ao envelope”, relata Mayara. “Solicitamos a presença do coordenador, identificado como Major Melo, da PMDF, que foi até a sala dizendo que se tratava apenas de um corte ocasionado pelo peso de um pacote em cima do outro.”

As vítimas compareceram à 5ª Delegacia de Polícia para noticiar o ocorrido. Maurício, o primeiro a registrar o boletim de ocorrência, disse que os fiscais e o coordenador-geral não deixaram os candidatos tirarem foto dos envelopes e chamar a polícia. “Ordenei aos fiscais que não tocassem no envelope, mas o Major disse que não era nada e ordenou que distribuíssem os cadernos de provas. Rasgou o envelope, destruiu a prova”, conta o candidato.

Segundo Maurício, a única atitude tomada foi a confecção de uma ata, assinada por todos os alunos da sala, informando o fato. “Na ata já está escrito sobre o corte, e isso basta! O fato que presenciamos é suficiente para anular o concurso”, declara.

Além dos pacotes violados, foram denunciadas outras irregularidades durante o concurso, como pessoas que iniciaram as provas antes da autorização dos fiscais e, após isso, houve a troca destas provas, porque não foram distribuídas na ordem de cor – branca, amarela e azul – de modo que uma prova de uma cor não ficasse próxima de uma igual.

Até o fechamento da reportagem, o Idecan, banca organizadora responsável pelo concurso, não se pronunciou acerca das respostas.

Provas canceladas

Neste domingo, malotes que continham as provas do concurso da AGU não conseguiram chegar a tempo em quatro estados, no turno da manhã. Devido a isso, a AGU e o Idecan, a banca organizadora, publicaram notas oficiais para notificar de que os exames serão anulados e remarcados. Os cargos prejudicados são os de administrador, arquivista, contador e técnico em assuntos educacionais.

Segundo o comunicado oficial da AGU, a medida é necessária para assegurar a integridade do concurso e para não prejudicar nenhum candidato. O Idecan disse ainda que uma nova data da aplicação da prova será discutida nesta terça-feira (11/12), em reunião com a comissão organizadora.

 

Estagiária sob a supervisão de Humberto Rezende. 


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