Perfil do servidor público de Brasília mostra envelhecimento do quadro
Estudo mostra que 44% dos funcionários do GDF têm mais de 46 anos e apenas 1,81% estão abaixo dos 25 anos
03/03/2015 09:45
Flávia Maia/ Ailim Cabral/
Os dados com a radiografia sobre o funcionalismo público no DF foram elaborados pela Escola de Governo do Distrito Federal (Egov). Com as informações, os responsáveis pela escola pretendem planejar melhor o futuro da administração pública. Para José Wilson Granjeiro, diretor executivo da Egov, a idade dos servidores alertou para a necessidade do governo em preparar futuros concursos públicos, uma vez que muitos funcionários já estão perto da aposentadoria e será preciso repor mão de obra. “O GDF está com um quadro envelhecido. Esse estudo vai ajudar o governo a programar a reposição de quadros. Vamos ter milhares de funcionários em condições de se aposentar e em vários setores. Por isso, o governo tem que se programar para renovar os quadros — caso contrário, ou o serviço público vai parar ou ficará comprometido. Mas isso, em uma política futura.”
São perfis como o da psicóloga Alana Dias Mendes, 56 anos, que trabalha há 19 no serviço público. Ela conta que migrou do setor privado e afirma não se arrepender da decisão, apesar das dificuldades encontradas no caminho. “Pude prestar atendimento a uma classe social que tem necessidade e não tem condição de pagar. É gratificante poder fazer algo por essas crianças”, completa. Ela é servidora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF) e trabalha na Escola Classe 403 Norte há 10 anos. Entre os motivos que a fizeram optar pela rede pública, estão a estabilidade e a segurança que o concurso traz e a falta do serviço de psicólogos em escolas privadas. Alana se prepara para a aposentadoria e, na semana passada, deu entrada no processo. “Vou me aposentar, mas não quero parar. Vou trabalhar em clínica de novo e fazer trabalhos voluntários com crianças.”
Como 17,23% do quadro dos funcionários do GDF, Alana tem pós-graduação — no caso dela, em educação especial e gestão de pessoas. O que mostra a alta especialização dos servidores, 39,06% deles têm nível superior. “A alta porcentagem de pessoas com pós-gradução é um reflexo da cidade de Brasília, que tem muitos centros de ensino de qualidade e as pessoas estudam mais que a média nacional. Além disso, quem se qualifica recebe as gratificações, o que é um incentivo”, explica Aldo Paviani, geógrafo, professor emérito da UnB e diretor de estudos urbanos e ambientais da Companhia de Planejamento do Distrito Federal.
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