Vida de concurseiro não é fácil. Quem escolhe disputar uma vaga no serviço público deve estar preparado. A concorrência especializada exige uma mudança de hábitos decisiva para conquistar a aprovação. Longas horas de estudo e vida social em segundo plano são só algumas das consequências de se tornar um concurseiro. Para descontrair a tensão de quem está chegando ao mundo dos concursos, listamos algumas situações com as quais você se identificará, uma hora ou outra.
1 - É seu primeiro concurso? Parabéns! Agora você faz parte de um grupo seleto de apenas 12 milhões pessoas que querem desfrutar da tão sonhada estabilidade e de outras benesses que só o serviço público tem.
Indenizações, ajuda de custo, diárias, gratificações, adicionais, licença prêmio, salário-família, auxílio-moradia, auxílio-natalidade, auxílio-reclusão, auxílio-funeral, auxílio-isso, auxílio-aquilo...
2 - Agora é tchau para a vida social. Quer uma vaga no MPU, Senado, Câmara ou Itamaraty? É melhor deixar de lado o “churras” do fim de semana, festas de família, happy hour com os amigos...
A rotina agora passa a ser do cursinho para sala de estudos e vice-versa, de segunda a segunda, sem pausa nem para o Natal (acredite, tem aula pela manhã e à tarde nos fins de semana e feriados)
3 - Logo você vai perceber em qual tipo de concurseiro você se encaixa melhor:
a) Focado: estuda oito horas por dia e só para o cronômetro quando come, dorme ou vai ao banheiro;
b) Esforçado: tem dois empregos, uma faculdade e três filhos e só consegue ler as apostilas no ônibus ou na fila do banco;
c) Empurrado: frequenta cursinho, compra apostila, mas só faz a prova porque os pais pagaram a inscrição;
d) Sonhador: fica mais tempo pensando em como seria boa a vida de servidor do que realmente estuda;
4 - E que, definitivamente, raciocínio lógico não tem lógica. Julgue o item: Se o céu não é azul, então 2 é par. Falso ou Verdadeiro?
E se acostumar com afirmações do tipo “se todo x é y, então algum x é y, algum y é x, e se é x então é y”
Sem falar que...
5 - Às vésperas da prova, mesmo após muito preparo, saiba que é normal bater aquela incerteza, muitas vezes seguida de quadros de depressão e desespero. Principalmente quando a banca organizadora divulga que, além de você, outros 1.176.614 candidatos se inscreveram para ser escriturário da Caixa Econômica.
Essa foi a exata concorrência do último concurso aberto pelo banco, em 2014. Todos atrás de um salário de R$ 2.025.
6- E vai comprovar que quando a banca examinadora recomenda chegar com uma hora de antecedência, nos locais de provas, é para o seu bem.
Geralmente o local é desconhecido e se demora anos para achar uma vaga no estacionamento. Sem falar nos cinco minutos necessários para comprar a caneta preta com a tia da barraquinha de água, porque, claro, esquecer caneta em dia de prova é básico.
7 - Quando você finalmente tiver uma epifania e diferenciar provimento de nomeação, redistribuição de remoção, e recondução de readaptação, alguém vai abrir uma latinha de refrigerante e um saco de salgadinho crocante e tudo vai se confundir novamente.
Acontece o mesmo quando alguém espirra e é imitado pela metade da sala, ou quando o candidato atrás de você balança o pé apoiado na sua cadeira
8 - Mas faça a prova com calma. Não se desespere quando os candidatos começarem a entregar as provas e você sobrar na cadeira começando o rascunho da dissertação de 30 linhas sobre regulação do marco civil na internet.
O desespero, porém, é totalmente justificável quando faltam 15 minutos para o término do exame e o gabarito está mais branco do que a sua cara de preocupação
9 - Depois de incontáveis dias, finalmente sai o resultado final. Aí você se encaixa em uma das três situações:
a) Foi classificado dentro do número de vagas e agora é só alegria
b) Foi aprovado, mas está no cadastro reserva e vai fazer manifestação em frente à sede do governo até ser convocado
c) Ou, infelizmente, não passou.