Língua portuguesa e raciocínio lógico são conteúdos cobrados em todos os cargos de nível médio, mas há ainda disciplinas extras que variam conforme a função: noções de administração (agente censitário administrativo), noções de administração para situações gerenciais (agente censitário regional) e informática (agente censitário de informática). As matérias cobradas para analista censitário variam conforme a formação. Graduados em agronomia, análise de sistemas, análise tecnológica, biblioteconomia e documentação, ciências contábeis, geoprocessamento, gestão e infraestrutura, jornalismo, logística, produção gráfica, programação visual e recursos humanos deverão responder questões de português, raciocínio lógico e conteúdos específicos de cada área. Já os candidatos de outros cursos superiores deverão resolver itens de língua portuguesa e métodos quantitativos (que envolvem conhecimento estatístico, probabilidade e modelos de séries).
Quero passar!
Josiane Souza, 24 anos, vai prestar um concurso do IBGE pela segunda vez e está animada com as possibilidades de aprovação. “É uma boa oportunidade. Vai cobrar matérias que eu estudo para outros editais, então é prático. Mesmo sendo um cargo temporário, é algo que dá estabilidade por um período. Como estou sem trabalho no momento, se passar, posso ficar tranquila e continuar me preparando para outros concursos”, diz. Ela tem focado em seleções para nível médio, apesar de ser formada em gestão ambiental e pós-graduada em perícia ambiental, por isso, vai concorrer a uma vaga de agente censitária administrativa. A jovem dedica oito horas diárias aos estudos. “Eu me preparo por conta própria. Compro apostilas, livros e uma série de materiais que me auxiliam. Além disso, caminho três vezes por semana, o que me ajuda a ter concentração”, revela. “Entre os assuntos da prova, para mim, o mais fácil é português. Tenho mais dificuldade mesmo com a parte da administração”, conta.Preparação
Língua portuguesa é crucial no certame: além de a disciplina ser cobrada para todos os cargos, vale como um dos critérios de desempate entre os concorrentes. Para ter bom desempenho no assunto, o professor de português do Gran Cursos Online, Elias Santana, destaca que o mais importante é entender a banca. “A FGV Projetos tem um jeito especial de cobrar a língua portuguesa, com questões de texto complexas que necessitam de uma leitura minuciosa. É uma prova cansativa”, diz.“É necessário que o candidato domine concordância e regência nominal e verbal, crase, termos ligados ao nome (adjunto adnominal e complemento nominal), tipologia textual e coesão textual (principalmente pronomes e conjunções). Acredito que esses são os conteúdos chaves para o exame”, finaliza. Em raciocínio lógico, Helder Monteiro, professor do tema no IMP concursos, explica que o melhor é estudar por partes.
“Em um turno específico, veja um assunto (como tabela verdade, usada para determinar se uma fórmula é válida ou se uma sequência é correta); em outro, foque em equivalência, por exemplo”, diz. Entre os temas cobrados, ele acredita que o principal é lógica de argumentação. “Esse tópico é como se fosse um resumo da matéria inteira. A partir dele, podem ser cobrados assuntos como tabela verdade, negação e equivalência. Também tem que saber tudo sobre arranjo, combinação e permutação”, recomenda. Administração é um assunto importante para a maior parte das vagas de nível médio. Para agente censitário administrativo, por exemplo, metade das questões são sobre esse tema.
Junior Ribeiro, professor de administração do Alub Concursos, explica que o edital traz um conteúdo abrangente. “Para garantir bom aproveitamento dos estudos, o ideal é resolver questões anteriores, tanto do exame quanto da banca (a FGV Projetos, que costuma cobrar mais a aplicação da teoria). É preciso ter conhecimento e saber utilizá-lo”, observa. Entre os temas que não podem ser deixados de lado, o professor cita planejamento estratégico, ferramentas de planejamento, organização de estrutura e as possibilidades organizacionais, além da parte de controle, comunicação, liderança e motivação. Sobre a preparação para nível superior, Elias Santana, do Gran Cursos Online, observa que é preciso tomar cuidado. “A grande dica é ficar atento para a parte de conhecimentos específicos, pois representa a maior parte da prova”, observa.
Passe bem/Raciocínio lógico
Sem A, não se tem B. Sem B, não se tem C.
Assim, conclui-se que:
a) A é suficiente para B e para C;
b) B é necessário para A e para C;
c) C é suficiente para A e para B;
d) A e B são suficientes para C;
e) B é necessário para A e suficiente para C.
Resolução:
1) Se não ocorre A, então não ocorre B. Em outras palavras: “Se o B ocorre, então o A ocorreu.”
2) Se não ocorre B, então não ocorre C. Em outras palavras: “Se o C ocorre, então o B ocorreu.”
A condicional (“Se, então”) também pode ser escrita como condição suficiente ou condição necessária. Quando lemos a frase na ordem natural de leitura (da esquerda para a direita), temos a condição suficiente. Reescrevendo as duas frases usando a condição suficiente, temos: 1) B é condição suficiente para A, e 2) C é condição suficiente para B. Quando lemos a frase na ordem contrária da leitura (da direita para a esquerda), temos a condição necessária. Reescrevendo as duas frases usando a condição necessária, temos: 1) A é condição necessária para B, e 2) B é condição necessária para C. Assim, se C é suficiente para B e, ao mesmo tempo, B é suficiente para A, pode-se concluir que C é suficiente para A também.
Questão retirada da prova do IBGE para analistas, aplicada pela FGV Projetos em 2016, comentada pelo professor Helder Monteiro. Confira outras questões resolvidas pelo professor no canal do YouTube.
O que diz o edital
Inscrições: até 9 de maio, aquiTaxa de inscrição: de R$ 27 a R$ 78
Vagas: 1.039 (171 para ensino superior e 868, para ensino médio)
Salários: de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil
Provas: 2 de julho
Locais: todas as unidades da Federação
* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa