Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Professor dá dicas para gabaritar disciplina crucial no concurso do IBGE

Nova seleção oferece mais de 1.000 vagas com salários de até R$ 4.000

24/04/2017 09:34 | Atualização: 24/04/2017 09:50

Lis Gabriela Cappi*

Gabriela Studart/Esp. CB/D.A Press
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) oferece 1.039 vagas temporárias para níveis médio e superior por meio de processo seletivo simplificado. As contratações se destinam a viabilizar o Censo Agropecuário de 2017. As oportunidades estão espalhadas pelas 27 unidades da Federação. O tempo do contrato varia de acordo com o cargo: 13 meses para as 171 vagas de analista censitário (nível superior), 10 meses para as 344 de agente censitário administrativo (nível médio), nove meses para as 350 de agente censitário regional (nível médio) e sete meses para as 174 de agente censitário de informática (nível médio). Os vencimentos para postos de nível médio variam de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil. Já para analista, o salário é de R$ 4 mil. A avaliação será composta por prova objetiva com 50 itens de múltipla escolha com cinco alternativas, cada. A banca examinadora é a FGV Projetos.


Língua portuguesa e raciocínio lógico são conteúdos cobrados em todos os cargos de nível médio, mas há ainda disciplinas extras que variam conforme a função: noções de administração (agente censitário administrativo), noções de administração para situações gerenciais (agente censitário regional) e informática (agente censitário de informática). As matérias cobradas para analista censitário variam conforme a formação. Graduados em agronomia, análise de sistemas, análise tecnológica, biblioteconomia e documentação, ciências contábeis, geoprocessamento, gestão e infraestrutura, jornalismo, logística, produção gráfica, programação visual e recursos humanos deverão responder questões de português, raciocínio lógico e conteúdos específicos de cada área. Já os candidatos de outros cursos superiores  deverão resolver itens de língua portuguesa e métodos quantitativos (que envolvem conhecimento estatístico, probabilidade e modelos de séries).

Quero passar!

Josiane Souza, 24 anos, vai prestar um concurso do IBGE pela segunda vez e está animada com as possibilidades de aprovação. “É uma boa oportunidade. Vai cobrar matérias que eu estudo para outros editais, então é prático. Mesmo sendo um cargo temporário, é algo que dá estabilidade por um período. Como estou sem trabalho no momento, se passar, posso ficar tranquila e continuar me preparando para outros concursos”, diz. Ela tem focado em seleções para nível médio, apesar de ser formada em gestão ambiental e pós-graduada em perícia ambiental, por isso, vai concorrer a uma vaga de agente censitária administrativa. A jovem dedica oito horas diárias aos estudos. “Eu me preparo por conta própria. Compro apostilas, livros e uma série de materiais que me auxiliam. Além disso, caminho três vezes por semana, o que me ajuda a ter concentração”, revela. “Entre os assuntos da prova, para mim, o mais fácil é português. Tenho mais dificuldade mesmo com a parte da administração”, conta.

Preparação

Língua portuguesa é crucial no certame: além de a disciplina ser cobrada para todos os cargos, vale como um dos critérios de desempate entre os concorrentes. Para ter bom desempenho no assunto, o professor de português do Gran Cursos Online, Elias Santana, destaca que o mais importante é entender a banca. “A FGV Projetos tem um jeito especial de cobrar a língua portuguesa, com questões de texto complexas que necessitam de uma leitura minuciosa. É uma prova cansativa”, diz.

“É necessário que o candidato domine concordância e regência nominal e verbal, crase, termos ligados ao nome (adjunto adnominal e complemento nominal), tipologia textual e coesão textual (principalmente pronomes e conjunções). Acredito que esses são os conteúdos chaves para o exame”, finaliza. Em raciocínio lógico, Helder Monteiro, professor do tema no IMP concursos, explica que o melhor é estudar por partes.

“Em um turno específico, veja um assunto (como tabela verdade, usada para determinar se uma fórmula é válida ou se uma sequência é correta); em outro, foque em equivalência, por exemplo”, diz. Entre os temas cobrados, ele acredita que o principal é lógica de argumentação. “Esse tópico é como se fosse um resumo da matéria inteira. A partir dele, podem ser cobrados assuntos como tabela verdade, negação e equivalência. Também tem que saber tudo sobre arranjo, combinação e permutação”, recomenda. Administração é um assunto importante para a maior parte das vagas de nível médio. Para agente censitário administrativo, por exemplo, metade das questões são sobre esse tema.

Junior Ribeiro, professor de administração do Alub Concursos, explica que o edital traz um conteúdo abrangente. “Para garantir bom aproveitamento dos estudos, o ideal é resolver questões anteriores, tanto do exame quanto da banca (a FGV Projetos, que costuma cobrar mais a aplicação da teoria). É preciso ter conhecimento e saber utilizá-lo”, observa. Entre os temas que não podem ser deixados de lado, o professor cita planejamento estratégico, ferramentas de planejamento, organização de estrutura e as possibilidades organizacionais, além da parte de controle, comunicação, liderança e motivação. Sobre a preparação para nível superior, Elias Santana, do Gran Cursos Online, observa que é preciso tomar cuidado. “A grande dica é ficar atento para a parte de conhecimentos específicos, pois representa a maior parte da prova”, observa.

Passe bem/Raciocínio lógico

Sem A, não se tem B.
Sem B, não se tem C.
Assim, conclui-se que:

a) A é suficiente para B e para C;
b) B é necessário para A e para C;
c) C é suficiente para A e para B;
d) A e B são suficientes para C;
e) B é necessário para A e suficiente para C.

Resolução:
1) Se não ocorre A, então não ocorre B. Em outras palavras: “Se o B ocorre, então o A ocorreu.”
2) Se não ocorre B, então não ocorre C. Em outras palavras: “Se o C ocorre, então o B ocorreu.”
A condicional (“Se, então”) também pode ser escrita como condição suficiente ou condição necessária. Quando lemos a frase na ordem natural de leitura (da esquerda para a direita), temos a condição suficiente. Reescrevendo as duas frases usando a condição suficiente, temos: 1) B é condição suficiente para A, e 2) C é condição suficiente para B. Quando lemos a frase na ordem contrária da leitura (da direita para a esquerda), temos a condição necessária. Reescrevendo as duas frases usando a condição necessária, temos: 1) A é condição necessária para B, e 2) B é condição necessária para C. Assim, se C é suficiente para B e, ao mesmo tempo, B é suficiente para A, pode-se concluir que C é suficiente para A também.

Questão retirada da prova do IBGE para analistas, aplicada pela FGV Projetos em 2016, comentada pelo professor Helder Monteiro. Confira outras questões resolvidas pelo professor no canal do YouTube.

O que diz o edital

Inscrições: até 9 de maio, aqui
Taxa de inscrição: de R$ 27 a R$ 78
Vagas: 1.039 (171 para ensino superior e 868, para ensino médio)
Salários: de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil
Provas: 2 de julho
Locais: todas as unidades da Federação


* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa

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