
No primeiro caso, há maior carência de pessoal na área judiciária — faltam 60 oficiais de justiça avaliadores federais e 24 analistas judiciários sem especialidade; e, no segundo caso, a carência é maior na área administrativa, o TJDFT precisa de 84 novos técnicos judiciários também sem especialidade. O órgão, no entanto, afirma, por meio de sua assessoria, que não há previsão de concurso para 2018.
Segundo a assessoria do TJDFT, até o momento não existe intenção do órgão de convocar aprovados do concurso de 2015 até 21 de abril, quando o concurso vence. O TJDFT não precisa pedir autorização de órgãos externos para realizar seleção pública, como ocorre com órgãos do Poder Executivo, e isso facilita a abertura de novos certames.
O histórico de convocações do tribunal é animador. Após abrir 80 vagas imediatas e cadastro reserva na última seleção, o órgão convocou nada menos que 920 aprovados durante a validade do edital. E não parou por aí. Outros 127 foram convocados por outros órgãos de peso do Poder Judiciário, como Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Superior Tribunal Militar (STM), Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre outros.
No último concurso, 71.831 candidatos disputaram as 80 vagas abertas. Houve cargos em que a disputa contou com mais de mil participantes por oportunidade. Foi o caso do posto de técnico judiciário de área administrativa, cargo de maior disputa, com 46.692 inscritos para apenas 36 vagas, 1.334 por chance.
Voz da experiência

A rotina de estudo da concurseira é puxada, além das seis horas de trabalho, são mais oito horas diárias de estudo. Segundo Rezende, o fato de já ter sido aprovada é um grande estímulo. “Começo os estudos em casa, às 22h e vou até 5h, 6h da manhã. Vejo o sol nascer muitos dias. É exaustivo, mas eu sei que vale a pena. Com certeza ser aprovada aumenta a confiança. Antes da primeira aprovação e nomeação a sensação é de que o cargo público é inalcançável. Hoje, me sinto muito mais determinada.”
A candidata acredita que o concurso saia este ano, devido a alta rotatividade de servidores no tribunal. Sobre o desafio que é estudar para um concurso sem que o edital esteja publicado, ela aconselha os demais candidatos a aproveitar os editais de tribunais que estão sendo publicados este ano e praticar. “Eu aconselho que as matérias específicas sejam estudadas desde agora, além de fazer muitas questões. Entender como a banca funciona é o ‘pulo do gato’”.
Dicas
Analista do TJDFT desde 2004, o professor Sérgio Gaúcho, que leciona Lei Orgânica do Distrito Federal no IMP Concursos, acredita que o concurso saia este ano. Segundo ele, mesmo sem ter o conteúdo programático que será cobrado em mão, já que o edital ainda não foi publicado, quem mira ingressar no órgão não pode perder tempo. “Estude o que é certo ser cobrado. Neste primeiro momento é uma boa estratégia focar na lei de organização, no regimento interno e no provimento geral da Corregedoria. Minha dica é que a ordem do estudo seja exatamente essa, já que um assunto complementa o outro.”Gaúcho aconselha fazer um esquema de temas, normalmente, cansativos como a leitura da letra da lei. “É preciso ter uma visão geral para ajudar na memorização. O aluno não consegue explorar muito o tema sem isso”. Estudar todas as disciplinas do concurso passado é obrigatório. “O edital passado é a primeira referência. Se surgirem novas matérias quando o edital for lançado, o candidato terá tempo de se atualizar. Então, o português, a legislação interna e os direitos administrativo e constitucional devem ser incluídos na rotina de estudos agora.”
Adriane Souza, professora de Lei de Organização Judiciária do IMP Concursos e também servidora do TJDFT há seis anos, considera quase certo que o edital seja lançado em 2018. “Aqui no tribunal existe a prática de que, sempre quando sai um presidente e entra outro, se costuma deixar um edital de concurso público a caminho. A eleição da nova presidência vai culminar exatamente no mês em que o concurso público perderá a vigência. O órgão precisa de mais servidores”, afirmou. A especialista chamou atenção para o fato de que os oficiais de justiça do órgão estão atualmente em greve e uma das principais reivindicações é justamente o aumento de servidores.
Como Gaúcho, Adriana aconselha foco na letra da lei. “A regra é de que a banca trabalhe em cima do que está escrito na legislação, mesmo que a prática seja diferente. Fazer um cronograma de estudos agora é essencial para se organizar e começar a estudar”, explicou. A especialista alerta para que os concurseiros tenham atenção especial às matérias de direito penal e processual penal.
Adriane acredita que o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) será a banca do concurso, seguindo a escolha da última seleção tanto para servidor quanto para magistrados.
Agente penitenciário
Outra seleção que vence neste ano é a de agentes penitenciários. O concurso realizado em 2014 foi prorrogado por mais dois anos em 2016. Existem 685 aprovados, que participaram do curso de formação aguardando nomeação. Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Distrito Federal (Sindipen-DF), Leandro Allan Vieira, o governo perde a oportunidade de contratar mais de 450 aptos para suprir a necessidade que o setor demanda. Existem, atualmente, 114 vagas disponíveis e um crédito adicional de mais de R$ 100 milhões para o exercício financeiro de 2018. A Lei Orçamentária Anual prevê a contratação de 200 funcionários para o cargo neste ano.