Atualmente, o MPF conta com 1.055 cargos vagos para analista/apoio jurídico/direito e 309 vagas para técnico administrativo/administração. Os números são praticamente os mesmos desde 2015, quando havia 1.108 cargos vagos de analistas e 339 de técnicos. Contudo, segundo o órgão, esses dados não correspondem ao número de vagas sem impacto orçamentário. O levantamento dessas vagas ainda está sendo feito pela Secretaria de Gestão de Pessoas e só deve ser divulgado em data próxima a abertura do concurso.
Questionada sobre a possibilidade de que, mesmo sem orçamento, o MPU esteja levantando custos e consultando o Tribunal de Contas da União sobre uma possível revisão do entendimento recente, de que o valor das inscrições não poderia custear o novo concurso público, a assessoria da Procuradoria-Geral da República informou que, no momento, a Secretaria-Geral do MPF está sim em contato com o TCU para pedir a revisão do entendimento de que o valor das inscrições possa ser recolhido por meio de boleto bancário e não por GRU. O TCU, por sua vez, informou que o processo que trata deste assunto é o 005.484/2018-9, e que ele ainda está em trâmite no Tribunal, mas ainda não há deliberações. Na última movimentação, ele foi encaminhado para o gabinete do procurado do MPTCU, Julio Marcelo.
Edital mais que aguardado
Segundo o professor Gilcimar Rodrigues, de legislação aplicada ao MPU, do Gran Cursos Online, a expectativa é de que o novo concurso seja publicado no segundo semestre deste ano. “As eleições não são impedimento para isso, em 2010 ocorreram eleições e o órgão também lançou seleção,” esclarece.De acordo com o especialista, o concurso do MPU é um dos mais aguardados. Entre os chamarizes está o fato de que se trata de uma seleção de nível nacional. “Há aplicação de provas em todos os estados, com classificação regional. Brasília é a sede, mas o MPU tem unidade em todo território brasileiro. Pessoas daqui podem ir para outros estados e ter mais chance de concorrer, depois é só pedir remoção, e vice-versa. Isso é muito comum de acontecer com os servidores de lá e é uma grande vantagem também, porque se pode fazer a prova onde você mora concorrendo com vagas de outras localidades, que podem ser menos visadas” - segundo o professor, em entendimento recente, para pedir remoção o servidor precisa ter um ano de casa e não mais três anos, o que agiliza o processo de troca de lotação. É necessário ainda que na cidade onde o servidor queira trabalhar haja cargo vago e que ele seja ofertado em um concurso interno de remoção. Assim, o critério de avaliação é o tempo de carreira.
Outras vantagens são: salário e progressão salarial (atualmente um técnico ganha remuneração inicial de R$ 6.708,53 e um analista R$ 11.006,83. Mas, a partir de janeiro do ano que vem, esses números iniciais sobem para R$ 7.591,37 e R$ 12.455,30, respectivamente), benefícios como o auxílio alimentação (em torno de R$ 900), possibilidade de regime de teletrabalho, carga horária diferenciada de 35 horas semanais ou sete horas diárias e grande histórico de nomeações devido a possibilidade de convocação pelos vários órgãos que compõem o MPU.
Dicas valiosas
Para estudar com propriedade, Rodrigues frisa que é preciso observar os últimos dois editais do MPU, “como não houve alteração no conteúdo programático nem em 2010 nem em 2014 a tendência é que isso se repita agora.” O professor acredita que antes da publicação do edital, os candidatos têm tempo suficiente para revisar a parte teórica, para praticar exercícios da banca Cespe e estar sempre atualizado fazendo simulados. É preciso atenção especial nas funções do MPU, da procuradora-geral da República, dos órgãos que compõem os ramos do MPU e co Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).“Agora é o momento mais importante que o candidato possui, ele tem o tempo a seu favor, o que não acontece quando o edital é publicado. Assim, recomendo agora fazer resumo das matérias, pois quando sair o concurso é só estudar por eles, além de fazer exercícios e simulados, e assim o candidato já vai estar à frente de muita gente” aconselha o especialista.
O estudante Hugo Damasceno não perdeu tempo e já começou a preparação para o MPU. Morador de Salvador, ele já estuda há um ano e meio e acredita que o edital sai em 2018, mas que as provas devem ser aplicadas ano que vem. “Eu me dedico quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira, sendo duas horas no almoço e duas horas quando chego em casa. Vejo vídeoaulas e resolvo cerca de 100 questões sobre alguma matéria relacionada ao cargo de segurança e transporte, que é minha área. Estudo com base no edital passado. Quando o novo regulamento sair pretendo incluir na minha rotina os sábados e domingos e até as madrugadas. Não sei se vou passar, mas vou tentar.”