De acordo com Carlos Alfama, professor do IMP Concursos, deverão ser cobradas 10 questões da matéria. “Para legislação penal especial é importante estudar com atenção as leis mais cobradas que são: leis de drogas, Estatuto do Desarmamento, crimes hediondos, lei de tortura, abuso de autoridade, lei de organizações criminosas, lei de interceptação telefônica e a lei de lavagem de capitais. Nas outras, é mais importante fazer um estudo mais atento da letra da lei.” O estudo imediato é importante, segundo Alfama, pois o edital é iminente e extenso.
Sobre quais deverão ser os temas da atualidade abordados ao longo da prova objetiva e como tema da prova discursiva, o especialista afirma que normalmente a prova discursiva é mais ligada a uma matéria específica, direito penal ou processo penal. “Em relação a temas da atualidade, a Segurança Pública, a crise política no Brasil, que teve envolvimento direto da Polícia Federal, são temas possíveis. Terrorismo caiu na prova passada, por isso é um tema que não deve se repetir.”
Alfama acredita ainda que não haverá alteração no concurso com relação ao último edital, de 2014, “o esqueleto será o mesmo, só as leis devem ser alteradas, as mudanças legislativas, por exemplo, nova lei de terrorismo deve cair”.
O último processo seletivo público da corporação abriu 600 vagas apenas para agentes de polícia, em 2014, e obteve mais de 98 mil inscritos (ou seja, mais de 160 pessoas por chance). Foram admitidas inscrições de candidatos com qualquer curso de nível superior, com 5% das vagas reservadas a deficientes e 20% para negros. O salário da época era de R$ 7.514,33. Em 2019, o subsídio de agente de 3ª classe pula para 12.522,50, podendo alcançar 18.651,79 na classe especial.
Ao todo, o novo concurso da PF vai abrir 500 vagas para preenchimento imediato. Além das 180 chances para agente, o edital vai oferecer 150 oportunidades para delegado, 60 para perito criminal, 80 para escrivão e 30 para papiloscopista. Todos exigem nível superior de formação.
Exemplo
O engenheiro do ITA, Victor Maia, fez o concurso para agente em 2009 e conseguiu ficar entre os 60 primeiros colocados. “Criei simulados para me avaliar e um modelo estatístico para estimar quanto um aprovado precisaria saber. Sabendo onde estava e onde precisava chegar (em termos de conhecimento), o desafio era como usar o recurso mais importante: o tempo. Eu tinha que estudar mais o que sabia menos e o que era mais relevante (mais questões e peso no edital). Foi quando calculei o que deveria estudar de cada matéria de forma a maximizar a minha chance de aprovação. No meu caso, já tinha uma base em economia, raciocínio lógico, português e informática. Abstraí disciplinas menos relevantes como atualidades (porque não vi como melhorar de forma rápida e efetiva) e foquei nas disciplinas que não tinham conhecimento prévio e eram fundamentais, como direito constitucional, administrativo e penal. Com poucos meses tive a felicidade de ser aprovado.”O que caiu no último concurso
O concurso de 2014 foi composto por provas objetivas (português, noções de informática, atualidades, raciocínio lógico, noções de administração, noções de contabilidade, noções de economia, noções de direito penal e processual penal, noções de direito administrativo e constitucional e legislação especial), discursivas (o tema foi sobre terrorismo), exame de aptidão física (barra fixa, impulsão horizontal, natação de 50 metros e corrida de 12 minutos), exame médico, avaliação psicológica, investigação social e curso de formação. Os aprovados puderam optar por trabalhar preferencialmente no Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Roraima e em unidades de fronteira.Confira aqui o caderno de prova para agentes em 2014, aplicado pelo Cebraspe e aqui o gabarito oficial. A banca também disponibilizou para os candidatos o padrão de resposta definitivo discursivo, veja aqui.