Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Quem quer concorrer a uma vaga de diplomata deve ter uma enorme bagagem de estudos, além de muito controle emocional. A afirmativa é de Jean Marcel Fernandes, conselheiro da carreira e coordenador do curso de diplomatas do Gran Cursos Online. Em entrevista ao Correio, ele dá dicas sobre o concurso que teve o edital lançado nesta quarta-feira (27/6) e contará com 26 vagas e salários inicial de R$ 18.059,83.

Conforme explica Fernandes, este é um concurso "diferenciado" e é considerado um dos mais difíceis. "É cobrado um elevado grau de complexidade para candidatos tanto do ponto de vista quantitativo, quanto qualitativo. São três fases com conteúdo aprofundado de diversas disciplinas. Além disso, é cobrado quatro idiomas diferentes: português, espanhol, inglês e francês", comenta.

Sabendo disso, o candidato já deve estar certo de que estudar para este certame demanda uma preparação detalhada e que, normalmente, leva bastante tempo. "A média é de três anos de dedicação. Isso não exclui a chance de algum candidato ser aprovado em menos tempo. Mas, são casos mais raros. Este é  um tipo de concurso que exige uma bagagem cultural e uma preparação especial. Passar de primeira não é uma coisa que costuma acontecer muito. Aqueles que têm o real desejo em ingressar na carreira diplomática podem se destacar", diz. 

Entretanto, para os que não estavam se preparando e mesmo assim, ficaram animados com a abertura do edital, ainda é possível iniciar os estudos. " As chances de aprovação são bem menores. Mas, quem se interessar pelo concurso, deve sim prestá-lo. É preciso apenas ter em mente de que  este tipo de concurso se trata de uma maratona e não de uma corrida de curta distância. Ou seja, é um concurso que favorece aqueles que já tem uma preparação de mais tempo".

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É importante ressaltar também que este é um concurso que se repete anualmente. É realizado desde 1945, data da fundação do Instituto Rio Branco. Portanto, a dica de Fernandes para quem despertou um interesse recente pela carreira é que aproveite a realização das provas já em agosto como uma forma de estudar e garantir a aprovação mais futuramente. "O formato do concurso quando muda, muda muito pouco de uma edição para outra. Então quem se preparar com calma e a longo prazo, estará cada ano mais perto de conseguir.É possível acumular muito conhecimento ano a ano",pontua. 

Para os que já estão estudando, este é o momento de revisão e de manter o controle emocional. "A pressão e a quantidade de informação é muito grande para quem já está na reta final de estudos. Se o candidado escolher acelerar o ritmo nestes dois meses que antecedem as provas, isso pode causar uma pressão psicológica e o resultado efetivo nem sempre é satisfatório". A sugestão de Fernandes é focar em uma disciplina de estudos, organizar tudo que é prioritário e se concentrar mais naquilo que o candidato considere mais difícil. "Diminua as fragilidades, sem intensificar tanto a carga de estudos para não aumetar o estresse", recomenda.

"Estudar muito vai valer a pena. É um concurso muito atraente e seleciona para uma carreira muito desejada. Para os que se interessam por assuntos internacionais, é uma oportunidade única dentro do serviço público brasileiro. A possibilidade de vivência no exterior e ter a possibilidade de representar o Brasil em outros países é o grande destaque", finaliza.

Como já era de esperar, o novo edital manteve os principais pontos e disciplinas e não apresentou nenhuma alteração significativa. Como nos anos anteriores, serão três fases. A primeira contará com questões objetivas de todas as disciplinas cobradas no concurso, a segunda com provas escritas de português e inglês e por fim, a terceira fase com provas escritas de todas as disciplinas do concurso. 

Segundo Fernandes, esta é mais uma vantagem que os concurseiros devem aproveitar. "É preciso haver sim uma preparação bastante forte, mas essa preparação sempre vale pro ano seguinte. O concurso costuma manter o mesmo formato e o mesmo conteúdo de cada matéria. Ou seja, a cada ano o candidato estará mais preparado", diz.

Estudar para o conteúdo de línguas estrangeiras costuma deixar os candidatos assustados. Porém, Fernandes garante que não há motivos para pânico. " A preparação nesta parte é basicamente a mesma. É comum o candidato pensar que são provas mais difíceis. Mas, na verdade é exatamente o contrário. As provas de língua espanhola e língua francesa, são mais fáceis do que as provas de outras disciplinas. A diferença é que muitas vezes são matérias um pouco mais desconhecidas, que muitas vezes não estudamos no colégio. Mas, não há motivos para desespero. A dica é sempre ler muito".