Flavisney dos Santos, 3º lugar
Flavisney tem 26 anos, mora em Santo Antônio do Descoberto e é gestor de recursos humanos. Ele conta que optou pela lotação em Brasília por ser a localidade mais próxima, além de afirmar que a capital federal é uma excelente opção para quem deseja construir um futuro no serviço público. “Acredito que passei em uma posição bastante confortável e contribuir para a missão do MPU é gratificante. Gostaria de ser lotado na PGR”. Ele presta concurso há aproximadamente cinco anos, mas na maior parte do período a preparação não foi estratégica, o que acabou resultando em várias reprovações. “Tentei para vários órgãos, como ANA, TJDFT, ANVISA e vários outros. A preparação para concurso é de fato um dos maiores projetos de vida. Talvez se preparar a longo prazo seja uma estratégia fundamental para se obter uma aprovação. Eu, por exemplo, decidi me preparar muito antes do edital”.
O concurseiro fala que costuma estudar de quatro a seis horas por dia e que para esse concurso a preparação foi apenas online. “Eu não acho que o estudo apenas por vídeo aula seja muito produtivo, na verdade, acho que o conhecimento é um pouco limitado aos tópicos essenciais. Eu uso material em PDF como base e, a depender da disciplina, faço uso de livros. Exercícios são essenciais, bem como revisões programadas.”
Na hora da prova ele prefere começar a responder pelo que tem mais facilidade e deixa as mais complicadas para o fim. “Sempre me atento ao tempo e acho desnecessário ler a prova toda antes de começar a responder. E, para mim, as revisões antes de se marcar o gabarito, na maioria das vezes, acabam diminuindo a pontuação”.
Flavisney pretende agora seguir fazendo outras provas na carreira administrativa. Segundo ele, se pudesse mudar algo, teria focado desde o princípio da sua prepração em uma área/carreira específica. “Administração financeira e orçamentária foi um desafio, foi meu primeiro contato com a matéria. A linguagem usada, a meu ver, é um pouco peculiar”. O aprovado diz que o mais difícil em uma preparação é encontrar o caminho certo e que é importante ter consciência de que a preparação traz desafios, mas que podem ser superados. “É fundamental fazer do estudo para concurso um dos maiores projetos da sua vida. Não se trata de inteligência e sim de muita dedicação”.
Daniel Sandes Dias, 8º lugar
Daniel tem 23 anos, mora em Salvador e é advogado. Ele conta que começou a estudar para a prova do MPU em julho e que, mesmo sem o edital, foi uma preparação boa. Ele optou por Brasília pela quantidade de vagas. ”Acreditei que seria uma oportunidade de nomeação mais rápida, então resolvi interromper o estudo para a área fiscal e comecei a estudar parar o MPU. Quando o edital saiu, corri contra o tempo, ainda tinha muito assunto que não havia estudado, parei todas as outras atividades que realizava e me dediquei exclusivamente ao concurso. Foi complicado, mas valeu a pena. Ao longo desses meses fiz alguns concursos, mas não obtive nenhuma aprovação com chance de nomeação”.
Daniel afirma que a organização e a rotina são importantes, além de contar que nunca fez cursinho. “Nunca fui uma pessoa de ter rotina e sempre faltou organização no meu dia. Depois que comecei a estudar para concursos eu mudei completamente. Passei a planejar e organizar as atividades do meu dia, a ter horário para dormir, horário parar acordar, criei uma rotina e isso fez uma grande diferença em minha vida”. Ele conta que em média estuda seis horas por dia e que pretende continuar fazendo outras provas, que essa aprovação foi apenas o primeiro passo.
No dia da prova Daniel conta que estava ansioso e não se sentia totalmente preparado, sabia que havia feito o melhor. No dia anterior descansou bastante e assistiu aulas de revisão das matérias que tinha mais dificuldade. “Demorei um pouco mais que o normal para dormir devido à ansiedade, mas me alimentei normalmente. Fui de carro, cheguei cedo, felizmente não houve imprevistos. Entrei logo na sala para tentar me desconectar com o externo e tentar me concentrar e ficar menos ansioso.”
“A expectativa é grande e a vontade de ser nomeado maior ainda. Gostaria de ser lotado em qualquer órgão, mas acredito que ser lotado na PGR seria bem interessante”. Sobre a mudança, Daniel afirma não estar totalmente preparado, mas que isso não é um impedimento. “Acredito que no início será um pouco complicado, principalmente pela mudança de um estado para o outro. Gosto muito da Bahia e continuar aqui seria muito bom. Nunca fui a Brasília, creio que deva ser lugar ótimo para se morar, com uma qualidade de vida muito boa, mas os relatos sobre o alto custo de vida me assustam. Tenho parentes em Brasília e isso vai me ajudar bastante,” planeja. “Agora é um sonho se tornando realidade. Mas pretendo fazer o meu melhor no serviço público, continuar nos estudos e poder ajudar aqueles que continuam em busca da tão sonhada aprovação. Para aqueles que estão tentando passar em um concurso, acredite em seus sonhos, acredite em você, só assim eles poderão se tornar realidade”.
Ludmilla Macedo Lima, 51º lugar
Ludmilla tem 37 anos, mora em Brasília e trabalha com projetos culturais. Ela conta que escolheu fazer concursos públicos pela estabilidade financeira, além de sempre procurar prestar provas para instituições públicas que tenha afinidade. Ludmilla não pensa em ser lotada em nenhum órgão específico do MPU, pois acredita que, motivada como está, qualquer lugar que estiver estaria feliz. “O MPU é um órgão que eu admiro, com uma função importante, se eu fosse nomeada qualquer um dos ramos eu daria meu melhor”.
Há três anos Ludmilla tem uma rotina de estudos intensa. Em média, ela estuda durante sete horas por dia e abre mão de muitas coisas para se dedicar à preparação. “Estudo sozinha, já fiz cursinho e acho importante, mas já estava conseguindo manter uma rotina, já que não estou trabalhando fixo no momento”. Ela conta que comprou um pacote de cursinho online para a prova e que é importante ter metas semanais e estar organizado em relação ao tempo. “Eu uso o Pomodoro, um aplicativo para cronometrar o tempo e os intervalos de estudo. Você pode escolher seu próprio tempo e evita o desgaste de ficar horas seguidas estudando”. Outro aplicativo citado pela estudante, que foi usado para os estudos, é o Anki, em que você escreve as perguntas e as respostas (dividido por matérias), ele calcula o tempo necessário de estudo, organizando também as pausas. O aplicativo mostra quantas vezes você vai ver os cartões, dependendo do seu rendimento. “Tem que praticar bastante, têm exercícios e ele ajuda muito na memorização”.
Ludmila conta que na semana antes da prova estava super nervosa e não estava dormindo muito bem, mesmo assim acordava cedo pra manter a rotina diária de estudos. Um mês antes, ela havia feito a prova do Ifam, chegou perto, mas após sair o gabarito oficial a nota baixou muito. “Fiquei triste, mas a vida de quem estuda é assim, um dia a gente fica triste no outro levanta a cabeça e eu sabia que ainda tinha o MPU, que era um objetivo que eu já tinha estabelecido no início do ano”.
A concurseira estudou até o último momento, na noite anterior e até mesmo naquela espera antes de entrar pra prova. “Estudei até o sábado à tarde e no dia da prova eu estava fazendo algumas revisões, até antes dos portões abrirem. Eu acredito na memória de curto prazo, quanto mais você revisar, mais coisas que você ta revendo ali na hora, mais você vai lembrar”. A estratégia que ela usa na hora de fazer as provas é começar pelas matérias que tem mais facilidade e que na hora de marcar o gabarito é necessário muita atenção. “Normalmente no final da prova estamos mais cansados por que são muitas questões, então geralmente as pessoas erram questões teoricamente fáceis pelo cansaço”. Ludmilla conta que gostaria de ter sido menos ‘cabeça dura’ e que insistiu muito em estratégias que não funcionava, por insegurança. Quando começou a testar coisas novas funcionou muito melhor. “Eu sempre fui bem disciplinada. Se você mantém uma rotina equilibrada de estudos, boa alimentação, exercícios e até mesmo lazer, isso também é importante e é um pouco do meu arrependimento por não ter olhado por esse lado antes”.
"A prova foi difícil, mas o conteúdo estava dentro do que o pedido no edital. Saí sem saber o que esperar. São tantos inscritos e não tem como saber como o concorrente foi. Acredito que a prova foi bem feita e o concurso bem organizado. Algumas matérias tive mais dificuldade como administração, mas português e direito fui melhor.” Ludmilla fala também sobre a nova rotina, mas que pretende continuar fazendo outras provas. "Não são muitas vagas, a classificação deve sair mais pra frente. Estou pensando muito no concurso, mas a intenção é continuar estudando”. Ela afirma que a trajetória de estudos pra concurso é difícil e desgastante. Que muitas vezes acaba abrindo mão de lazer, se afastando dos amigos e muitas vezes negligencia a saúde e isso não é o certo. “A gente tem que buscar o equilíbrio, cada um sabe a quantidade de horas necessárias que é suficiente. É necessário colocar objetivo e metas, mas respeitando seu próprio limite. É uma preparação em longo prazo então ter persistência e resiliência, saber lidar com vezes que você não vai tão bem, mas é não desistir. Percebi a melhor maneira de estudar, mas tive que mudar muito até conseguir um bom método de estudos”.
Marco Tulio Pereira, 39º lugar
Marco Tulio é morador de Brasília e servidor do GDF na parte técnica de gestão educacional. Estuda há cerca de dois anos e, além do MPU, está classificado para os concursos do TST, STM e STJ. “Eu fui pego de surpresa com esse edital, no momento que saiu, estava estudando especificamente para a CLDF, mas vi que daria para conciliar, então fui criando boas expectativas. Escolhi fazer essa prova pela similaridade de matérias com os concursos do Poder Judiciário que eu prestei e pela remuneração ser bem próxima deles”.
Com uma rotina de preparação de três a cinco horas diárias, o estudante afirma que no começo foi difícil criar uma rotina e que em algumas épocas utilizava apenas o horário de almoço do trabalho para estudar. “Fiz cursinho por uns três meses, mas depois passei a estudar sozinho, era melhor para adaptar meus horários. Eu estudo muito por PDFs, monto resumos, vou revisando e sempre faço muitos exercícios. Não assisto vídeo aula por que elas tomam muito tempo”.
Marco Túlio conta que em 2016 começou a faculdade de direito, mas resolveu sair para estudar para os concursos. Em 2017, após fazer a prova do concurso SEE/DF, resolveu parar um pouco e focar nos vestibulares e na carreira do exército. “Voltei a estudar as matérias de nível médio. No segundo semestre de 2017 ingressei na UnB, no curso de educação física, gostei muito mas tive que sair pois não deu para conciliar o horário”. Agora ele está cursando gestão pública onde pretende concluir para depois focar nos cargos de nível superior.
Segundo o concurseiro, a parte mais difícil da prova foi administração, pois são questões mais subjetivas. Ele conta que no dia antes da prova pensou em participar de aulões, mas preferiu ficar em casa e revisou administração financeira e orçamentária. Durante a prova Marco Túlio conta que evita deixar um número grande de questões em branco, pois, com as notas de corte cada vez mais altas, ele acredita que vale a pena arriscar em algumas questões mesmo não tendo certeza absoluta. “Nas últimas provas aprendi a começar pelas matérias mais difíceis, principalmente dos conhecimentos específicos e depois ir para as básicas. É bom aproveitar enquanto a mente está descansada para fazer as mais difíceis. Eu não costumo ler a prova toda antes de começar a responder, vou sempre por partes. Geralmente termino a prova rápido, então gosto de revisar no gabarito, mas evito trocar as respostas mesmo em dúvida”.
“Estou com grandes expectativas, tendo em vista a possibilidade de ser nomeado ainda esse ano, pelo que alguns professores andam dizendo e também por indicações da própria instituição”. Ele conta que pretende fazer provas focando em longo prazo nas carreiras do Poder Legislativo. “Tenho as melhores expectativas possíveis, o fato de a jornada de trabalho ser em apenas um período é algo muito bom, pois flexibiliza a rotina. Terei mais tempo para me dedicar a outras coisas, além de poder voltar a jogar futevôlei. Me interesso bastante pela PGR, me parece ser um ótimo local e seria um deslocamento diário tranquilo para mim”.
Para o aprovado, é preciso ter em mente que tudo está em constante mudança, inclusive a forma das bancas cobrarem cada conteúdo, o ideal é não se acomodar e aprendendo com os próprios erros. “Não importa a quantidade de horas que você estuda, e sim a qualidade e a forma como você estuda. Vejo que minha família sente muito orgulho disso tudo, pois eles sempre viram meu esforço diário e também sempre me apoiaram, então essas conquistas são deles também. São pessoas as quais tenho uma gratidão imensa e com quem hoje divido toda a alegria”.
Karina Moraes Franco, 809ª lugar
Karina tem 32 anos, é jornalista e advogada. Moradora da cidade de Petrolina, em Pernambuco, ela conta que faz concursos públicos há um ano e meio. “Eu escolhi prestar concursos pela estabilidade e o MPU em Brasília chama mais gente, além das matérias serem parecidas com o que eu já estudo”. Karina trabalha em um escritório, mas estuda de segunda a sexta-feira em média de três a quatro horas por noite. Para ela, o importante é ter foco. “Fazer as provas dos últimos concursos ajuda muito e conhecer a banca organizadora, além de acessar sites de resumos com dicas, focar na ‘letra de lei’, ler jurisprudência e fazer revisões constantes”. Ela conta que as questões de administração são muito interpretativas e que cada banca tem uma linguagem diferente. “Passei dois meses focando em administração, arquivologia e administração financeira. É sempre bom tentar procurar fazer provas de níveis diferentes enquanto estuda. A interpretação também é muito importante na hora da prova”.* Estagiária sob a supervisão de Lorena Pacheco