Declarações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, indicam que caso o governo federal decida retomar o pagamento do auxílio emergencial, alguns concursos podem ser travados pelo país. De acordo com Guedes, para continuar com o benefício assistencial em 2021, será necessário ajustar o orçamento em outras áreas.
Entre os gastos a serem afetados estão os reajustes do funcionalismo público e, consequentemente, realização de novos concursos públicos federais. "Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado. Se fizer isso, pode não ter aumento automático de verbas para a educação, para a segurança pública, pois a possibilidade passou a ser absoluta, é uma guerra. É a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo (do orçamento). Então vamos observar a economia, a saúde. Os dois andam juntos. E esperar pelo melhor..", afirmou Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro se reúne com Paulo Guedes na tarde desta quarta-feira (27). Na pauta, estão temas econômicos e o enfrentamento da pandemia, o que incluí discussões sobre o auxílio emergencial. Bolsonaro teme a perda constante de popularidade, desde o fim do auxílio e com o avanço da crise de coronavírus em Manaus. Ele é contra a extensão do auxílio, mas enfrenta o risco de ser atropelado pelo Congresso, onde parlamentares pretendem aprovar novos pagamentos, o que trazia baixas econômicas imediatas para a União e perda de capital político ao chefe do Executivo.
Apesar de atrair muita gente, a realização de concursos não costuma render muitos votos, tendo em vista a quantidade de pessoas beneficiadas diretamente. O projeto de Lei Orçamentária Anual de 2021 prevê a abertura de 53.111 vagas, sendo 50.946 para preenchimento de vagas via concursos a serem realizados para cargos federais neste ano e outras 2.165 para criação de cargos.