Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Concurso IBGE: recenseador pode escolher atuar em favelas ou outras regiões

Censo 2022 tem mais de mil vagas específicas para trabalhar em 76 favelas e comunidades. IBGE propõe que a coleta nessas áreas seja feita por recenseadores que residam na própria localidade.

17/01/2022 10:07 | Atualização: 17/01/2022 11:11

Karolini Bandeira*

Os candidatos ao cargo de recenseador na seleção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) têm até a próxima sexta-feira (21/1) para realizar as inscrições online, por meio do site da banca Fundação Getúlio Vargas (FGV). O órgão lembra também que nas grandes cidades, o candidato pode escolher, no momento da inscrição, a área de trabalho onde vai atuar. Isso porque, o Censo 2022 reserva mais de mil vagas específicas para trabalhar em 76 favelas e comunidades (aglomerados subnormais). Estas chances estão distribuídas em municípios do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
 
Para o Instituto, o ideal é que a coleta do Censo nessas áreas seja feita por recenseadores que já moram nos locais. “A ideia é que os aprovados estejam perfeitamente ambientados à sua região de trabalho e familiarizados com os aspectos básicos desses locais, como acesso, geografia, segurança e características culturais”, explica o chefe da Unidade Estadual (UE) do Rio de Janeiro, José Francisco Teixeira Carvalho.

Segundo o IBGE, em 2019, havia 5.127.747 domicílios ocupados em 13.151 favelas no país. Essas comunidades estavam localizadas em 734 municípios em todos os estados, incluindo o Distrito Federal. Em 2010, eram 3.224.529 domicílios em 6.329 favelas, de acordo com o último Censo – realizado em 2010. 

Todas as demais áreas mapeadas como aglomerados, no país inteiro, também serão recenseadas – mas a distribuição de trabalho dos recenseadores será feita após convocação dos aprovados, obedecendo critérios adotados por cada UE. 

"A preferência pela criação de áreas específicas neste processo seletivo foi para onde há maior disparidade socioeconômica entre áreas próximas”, explica o coordenador operacional do Censo Demográfico no Rio de Janeiro, Gabriel Teixeira Barros.

Compartilha da mesma opinião, o o gerente geral de Geografia do IBGE, Cayo Franco. “Os principais desafios para o recenseamento desses territórios são decorrentes das características de ocupação. Nas áreas mais densas e de padrão urbanístico autoconstruído, o recenseador pode ter dificuldade em se localizar e percorrer o setor censitário, devido ao arruamento irregular, com becos e vielas, bem como a ausência de identificação de endereço. Daí a importância de termos recenseadores que já conheçam previamente aqueles territórios e seus moradores, pois eles ajudam a garantir que ninguém será deixado para trás", afirma.

183 mil recenseadores

O Censo Demográfico é realizado de 10 em 10 anos. Em 2022, o IBGE pretende preencher 183.021 oportunidades na função de recenseador. Para participar, é exigido, apenas, ensino fundamental completo. A jornada é o recenseador que monta e o salário é equivalente à produção do profissional. As inscrições seguem abertas até 21 de janeiro, com taxa de R$ 57,50. Além do cargo, o IBGE também tem inscrições abertas, também até 21 de janeiro, para agentes censitários e supervisores.


*Estagiária sob supervisão de Mariana Fernandes




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