Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

PF investiga suspeitos de fraudar concurso público com ponto eletrônico

A quadrilha usava pontos eletrônicos para passar respostas das provas aos candidatos de concursos públicos

18/09/2017 10:01 | Atualização: 18/09/2017 15:34

Hellen Leite

Arte/CB/D.A Press
Uma operação da Polícia Federal desarticulou, nesta segunda-feira (18/9), uma organização criminosa que fraudava concursos públicos com o uso de pontos eletrônicos. A operação, nomeada Afronta II, acontece em Campinas, Sorocaba, São Paulo (SP) e Maceió (AL). De acordo com os investigadores, as fraudes abrangiam concursos de todo o Brasil.


Até o início da manhã, a PF havia cumprido dois mandados de prisão temporária, quatro de condução coercitiva e dez de busca e apreensão no estado de São Paulo. Em Maceió foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, três de condução coercitiva e um de prisão temporária.

 

A PF descobriu que havia fraude em 14 certames e que 47 candidatos haviam participado do crime, alguns deles tendo sido habilitados e empossados nos cargos para os quais concorreram. O sistema também encontrou indícios de cópia de respostas entre candidatos em outros 24 certames.  

 

Oito destes concursos públicos, envolvendo 36 candidatos, haviam sido realizados depois da tipificação do crime de “fraudes em certames de interesse público”, previsto no art. 311-A do Código Penal e, assim, foram instaurados inquéritos policiais nos locais das fraudes.

 

Essa é a segunda etapa da Operação Afronta I, que descobriu fraude no concurso público do Tribunal Regional Federal da 3º Região para os cargos de técnico e analista judiciário. Os candidatos serão indiciados pelo crime previsto no art. 311-A, inciso I, do Código Penal (“Fraudes em certames de interesse público”), cuja pena varia de 1 a 4 anos de reclusão e pelo crime previsto no art. 288 do CP (Associação Criminosa), cuja pena varia de 1 a 3 anos de reclusão.

 

Fraude

 

Os candidatos pagaram dez vezes o valor do salário do cargo pretendido à organização criminosa pelas respostas da prova. Para apoiar os trabalhos investigativos a PF usou o S.P.A.D.E., sigla para Sistema de Prospecção e Análise de Desvios em Exames, software desenvolvido pelo setor de inteligência da própria polícia para subsidiar apurações de fraudes em concursos públicos e exames. 

 

O sistema é alimentado com os gabaritos dos candidatos que fizeram a prova e varre as respostas em busca de coincidências, apontando os candidatos que apresentaram maior número de coincidências nas respostas e indicando se aquelas coincidências eram ou não esperadas. Esses relatórios do sistema são encaminhados concomitantemente à perícia, para validação e análise estatística, e a policiais, para que proceda à investigação criminal.

 

 


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