Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

GDF abrirá mais de 2,3 mil postos para saúde e educação

Com o intuito de não ultrapassar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, Buriti direciona recursos da LDO para áreas básicas. Polícia Civil, Metrô e Agefis, por exemplo, quase não terão dinheiro para contratações no ano que vem

30/06/2015 08:05 | Atualização: 30/06/2015 09:47

Guilherme Pera

Carlos Moura/CB/D.A Press
Os brasilienses que sonham com uma vaga no serviço público do Governo do Distrito Federal (GDF) não têm um horizonte muito animador, a não ser aspirantes aos setores de saúde e educação. Com a possibilidade de ultrapassar o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 49% em gastos de pessoal, o cenário descrito pelo GDF é de “apresentar números realistas em relação ao total de despesas com o gasto de pessoal”. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a ser votada hoje pelos distritais, o Executivo prevê um montante de pouco mais de R$ 210 milhões para a contratação de novos servidores em 2016 — o valor anterior era de R$ 800 milhões. Ao todo, o governo prevê preencher 2.348 vagas com os recursos do DF, sendo 2.315 no Executivo e 33 no Legislativo. Do total, 1.059 serão direcionadas à saúde, e 479 à educação — o que mostra a prioridade do Buriti.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) afirmou, ao tomar posse, que o orçamento previsto para este ano pelo antecessor, Agnelo Queiroz (PT), era “uma peça de ficção”. Segundo o socialista, dos R$ 16 bilhões previstos para pagamento de pessoal, eram necessários R$ 19 bilhões. Com os reajustes concedidos a 37 categorias que passam a valer no ano que vem, desta vez foram reservados R$ 20,4 bilhões para quitar vencimentos. Atolado em dívidas, Rollemberg afirmou que enviaria à Câmara uma LDO “que fizesse jus à realidade financeira”. Uma das diferenças que se vê na queda da dotação prevista para investimentos: enquanto Agnelo havia reservado R$ 5 bilhões para este fim em 2015, Rollemberg pretende destinar R$ 1,4 bilhão para 2016.

O arrocho atingirá em cheio os concursos públicos. São previstas 43 contratações para a Polícia Civil, por exemplo — a categoria alega ter deficit de 47% de pessoal —; nenhuma para o Metrô; e apenas seis para a Agência de Fiscalização do DF (Agefis). O secretário-adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão, Renato Brown, explica que a ordem do Palácio do Buriti é justamente reduzir gastos para combater a falta de recursos. “Vamos procurar o máximo de realidade possível, preparamos o projeto de lei para um ano difícil. Se as iniciativas que visam o aumento de receita não passarem, fica difícil contratar novos servidores”.

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