O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) informou que o concurso público para o preenchimento de 36 vagas na Polícia Civil do Estado de Goiás, todas para o cargo de delegado substituto, está suspenso judicialmente.
A suspensão atende uma decisão judicial divulgada nos autos da Ação Civil Pública em andamento na 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Irregularidades
As provas objetivas foram aplicadas em 5 de fevereiro. Em 2 de março, o resultado definitivo da primeira fase do concurso foi publicado. A prova teve mais de 14 mil inscritos, concorrendo às 36 vagas previstas no edital. Uma demanda de 388 candidatos por vaga. O resultado causou estranheza nos candidatos em razão da quantidade de aprovados que alcançaram notas superiores a 90 pontos, sendo que a prova objetiva teve alta complexidade e cada questão errada acarretava a perda de 0,25 pontos em relação à nota final.
Alguns candidatos desse concurso já haviam levantado a hipótese de fraude também no Fórum de discussão do CorreioWeb. Para acompanhar esta e outras discussões clique aqui.
Alguns candidatos desse concurso já haviam levantado a hipótese de fraude também no Fórum de discussão do CorreioWeb. Para acompanhar esta e outras discussões clique aqui.
Em razão das possíveis irregularidades, a Polícia Civil passou a atuar no caso, através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), que instaurou o Inquérito Policial nº 036/2017 para investigar a ocorrência de fraude no concurso, o que foi comprovado. Assim, em 12 de março de 2017, data em que foram aplicadas as provas subjetivas do concurso público, a Dercap promoveu a prisão de cinco pessoas suspeitas de envolvimento na fraude.
Os investigadores constataram que uma quadrilha atuava para garantir a aprovação de candidatos, mediante pagamento de quantias elevadas, que variavam de R$ 120 a R$ 395 mil.
Os investigadores constataram que uma quadrilha atuava para garantir a aprovação de candidatos, mediante pagamento de quantias elevadas, que variavam de R$ 120 a R$ 395 mil.
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Em março deste ano, a suspensão judicial do concurso foi um pedido de urgência feito pela promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira em ação civil pública contra o Estado de Goiás e o Cebraspe. Antes disso, o concurso já estava suspenso pela Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (segplan).