O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) abriu concurso público para o provimento de 300 vagas no cargo de auditor-fiscal agropecuário (cargo destinado aos formados em medicina veterinária). Com jornada de trabalho de 40 horas semanais e salário de R$ 14.584,71, a seleção tornou-se bastante atrativa e, consequentemente, concorrida. A prova será aplicada nas 27 capitais brasileiras, mas a quantidade de vagas para cada estado só será divulgada após publicação da classificação final. Nesse certame, a banca organizadora é a Escola de Administração Fazendária (Esaf).
A prova terá um total de 70 questões: 30 de conhecimentos gerais (língua portuguesa, língua inglesa ou espanhola, direitos constitucional e administrativo, informática básica e ética pública), além de 40 questões sobre conhecimentos específicos (inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal). O peso de cada questão varia de acordo com a disciplina e a prova totaliza 120 pontos, sendo que, para obter aprovação, o candidato precisa marcar, pelo menos, 72. Os 900 primeiros colocados serão convidados a fazer a prova discursiva, equivalente a 100 pontos. Haverá, ainda, prova de títulos.
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De olho nas dicas
Médico veterinário formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e auditor-fiscal agropecuário do Mapa há três anos, Diego Menezes de Brito foi convidado, recentemente, pelo Gran Cursos para dar aulas de legislação específica para candidatos do certame. Ele afirma que a rotina de estudos deve ser intensificada porque o conteúdo da prova é extenso. “Há mais conteúdo específico do que geral, então a ênfase tem que ser nessa parte”, afirma. O docente alerta, também, que as questões dessa disciplina se relaciona com assuntos da atualidade. “É preciso focar nas normativas, principalmente a nª 20/2016, que trata do monitoramento de salmonelas em granjas e estabelecimentos de abate. Esse é um assunto recente que deve ser muito estudado pelos candidatos”, orienta.
Júlio César Hidalgo, professor de direito constitucional no Aprova Concursos orienta os candidatos a focarem em três itens listados no edital: garantias fundamentais, organização do Estado e administração pública. “São disciplinas relativamente fáceis, mas que têm conteúdo extenso e são muito cobradas em certames”, afirma. O docente também aconselha não comprar livros da disciplina, mas sim estudar por meio de provas anteriores e videoaulas. “Se comprarem esses livros, eles estudarão doutrinas, jurisprudência e outras questões que não serão cobradas no certame”, explica.
Inglês costuma ser um conteúdo que faz muitos candidatos perderem pontos importantes. É o que afirma o professor da disciplina Pedro Henrique Oliveira. Ele explica que o edital deste certame não especificou quais conteúdos gramaticais serão cobrados e isso complica a situação de quem está se preparando. “O edital ficou vago quanto a essa questão, então não sabemos o que realmente vai cair. O ideal é estudar todo o conteúdo gramatical”, afirma. Para quem não é fluente, o docente explica que os candidatos devem focar em interpretação de texto. “É o caminho mais fácil a ser seguido, pois ele vão se habituar com a escrita, as regras gramaticais e ainda vão melhor a interpretação textual”, orienta.
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Quero minha vaga
Filipe Pacheco Ziemann, 38 anos, é formado em medicina veterinária por meio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em inspeção de produtos de origem animal pela Faculdade Unyleya. Ele vai tentar uma vaga no concurso e se dedica em cerca de 20 horas semanais aos estudos. Por ter dificuldades nas questões jurídicas, o médico veterinário conta com a ajuda de outros 50 amigos que também tentarão uma vaga. “Temos um grupo no whatsapp e um auxilia o outro”, explica. Filipe conta que está apreensivo quanto ao certame, visto que a Esaf promoveu um concurso para médicos veterinários somente uma vez. ““Eles não têm muita experiência para concurso nessa área, então é uma incógnita, mas sabemos que eles gostam muito de cobrar legislação.”
Médico veterinário pela Universidade Estadual de Santa Catarina(Udesc) e mestre em ciência dos alimentos pela Universidade Federal (UFSC), Victor Goulart Pires, 29, pretende exercer a função em Brasília, caso seja aprovado. Ele conta que fez outros cinco concursos e, em razão disso, está otimista quanto à prova. “Não tenho muita dificuldade na parte de português e de legislação, pois estudo esses temas há três anos”, explica. Além disso, ele acredita que se diferencia dos demais candidatos por ter estudado as questões específicas no mestrado. “Mesmo assim estudo cinco horas por dia, de segunda a sexta”, conclui.
O que diz o edital
Inscrições: até dia 16 de outubro aqui
Taxa: R$ 120
Vagas: 300
Provas: nas 27 capitais
Passe bem/ Língua portuguesa
As normas de concordância e a adequada articulação entre tempos e modos verbais estão plenamente observadas na frase:
(A) É comum que se assinale numa crônica os aspectos do cotidiano que o escritor quisesse analisar e interpretar, apesar das dificuldades que encerram tal desafio.
(B) Se às crônicas de Rubem Braga viessem a faltar sua marca autoral inconfundível, elas terão deixado de constituir textos clássicos desse gênero.
(C) Caso um dia venham a surgir, simultaneamente uma relevância jamais vista.
(D) Não seria fácil, de fato, que venha se equilibrar, na cabeça de um jovem cronista de hoje, os valores de sua experiência pessoal com os de sua comunidade.
(E) Tanto uma padaria como um banheiro poderiam oferecer matéria para uma boa crônica, desde que não falta ao cronista recursos de grande imaginação.
Comentário:
A alternativa A está errada, pois o verbo “assinale” é precedido do pronome apassivador “se”. Assim, esse verbo deve concordar com o sujeito paciente “os aspectos do cotidiano”. Além disso, dentro da oração adjetiva “que encerram tal desafio”, “tal desafio” é o sujeito, o verbo “encerram” é o transitivo direto e o pronome relativo “que” é o objeto direto. Note que é o desafio que encerra as dificuldades e não contrário. Assim, tal verbo deve se flexionar no singular “encerra”.
Saiba Mais
A alternativa C é correta, pois a locução verbal “venham a surgir” concorda com o sujeito plural “talentos”. Além disso, “terá alcançado” concorda com o sujeito singular “esse gênero”.
A alternativa D está errada, pois a locução verbal “venha a se equilibrar” deve concordar com o núcleo do sujeito “valores”. Além disso, o futuro do pretérito do indicativo “seria” não se correlaciona com o presente do subjuntivo “venham”. Assim, devemos trocar este tempo pelo pretérito imperfeito do subjuntivo “viessem”.
A alternativa E está errada, pois o verbo “falte” deve concordar com o sujeito “recursos”. Além disso, o futuro do pretérito do indicativo “poderiam” força o pretérito imperfeito do subjuntivo “faltassem”.
Questão comentada retirada do concurso da Polícia Civil do Amapá de 2017, comentada pelo pelo professor de língua portuguesa Décio Terror, do Estratégia Concursos.
*Estagiário sob supervisão de Ana Sá