“Todo aquele que passa é um desesperado, mas nem todo desesperado é aprovado em um concurso”. A frase é de Benjamim Lima Júnior. Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) há 13 anos, Benjamim dá dicas de diversas áreas sobre como otimizar os estudos para concursos. Desde cinco passos fundamentais a todo concurseiro, até os famosos, o quê e como estudar. Apesar de já ter sido aprovado em concursos to TCU, da Corregedoria Geral da União (CGU) e na Polícia Federal, os conselhos não se restringem a nenhuma área específica e podem ser aplicados no preparo para qualquer certame. Confira.
Cinco passos para o sucesso
1º PASSO: PREDISPOSIÇÃO
“Para se preparar é necessário estar predisposto. E predisposição pressupõe uma força de vontade para se focar no objetivo final e trabalhar para conquistá-lo. Quem não está predisposto a abrir mão de alguns luxos, festas, encontros entre outras coisas, dificilmente vai ter sucesso na aprovação de um concurso”, defende Benjamim.
2º PASSO: LIVROS CLÁSSICOS
“Não basta estudar por resumos, cadernos e apostilas. É fundamental beber na mesma fonte que o seu professor bebeu, que a fonte bebeu”. Se você sabe o que a banca examinadora usa como fonte para executar as questões e estuda por esses autores, as chances de sucesso são maiores. É necessário estar acostumado a ler os autores consagrados que a banca e os professores avaliadores vão usar no momento da avaliação. Mesmo que o autor esteja em desacordo com as opiniões do candidato, ou de outros autores, a banca vai se espelhar em determinado entendimento sobre o tema. E é necessário sabê-lo.
3º PASSO: LIVROS PRÁTICOS
“Autor que dá exemplo mastigado facilita a vida de quem se propõe a estudar”. Aliado aos autores clássicos que têm entendimentos consagrados sobre as matérias cobradas pela banca, autores que explicam o conteúdo de forma mais mastigada, mais prática e mais exemplificada auxiliam na compreensão e ajudam a consolidar conhecimentos adquiridos durante os estudos.
4º PASSO: EXECUÇÃO DE PROVAS
A melhor forma de testar as próprias habilidades, além do próprio desempenho em uma possível prova é justamente executando exercícios. De preferência da mesma banca e com o mesmo estilo de questão que o candidato vai enfrentar durante a prova do concurso.
Se o candidato não faz questões e não simula a prova dificilmente ele conseguirá avaliar as habilidades, os conhecimentos e a capacidade de fazer a prova no futuro.
5º PASSO: ESPECIALISTAS
É bom que quem está se preparando para um concurso tenha como consultar especialistas sobre dúvidas que possam surgir durante o preparo para o certame. Além disso é bom conversar com pessoas que estão no órgão, sobre o dia a dia do trabalho, sobre o que mais costuma cair na prova. Um especialista – normalmente alguém com mais experiência e conhecimento sobre o tema – pode ser a diferença entre acertar ou errar uma questão específica.
COMO SE PREPARAR?
Benjamim aconselha fazer uma Matriz SWOT da vida do candidato. É como um Raio X que estabelece os pontos fortes e fracos de forma a determinar o que pode ser melhorado no desempenho durante os estudos.
Forças
Estabeleça quais são as suas forças, em quais matérias você tem mais facilidade, qual é um ambiente favorável de estudos. Veja tudo o que te ajuda a ter sucesso na prova. Quais são os pontos fortes.
Oportunidades
Veja quais são as oportunidades que podem aparecer. Se você conhece alguém que já foi aprovado no concurso que você quer com quem você possa conversar. Se você tem acesso a livros e a espaços de estudo. Veja quais oportunidades surgem ou você pode criar.
Fraquezas
Quais são as suas fraquezas? São as redes sociais? WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram? O que você faz que te prejudica? Quanto tempo você perde fazendo algo que poderia ser delegado a outra pessoa ou feito de outra forma? Alimentação e tempo de descanso são fundamentais.Ameaças
Para alguém que quer ser aprovado em um concurso público, um amigo que convida para a balada todo final de semana pode ser uma ameaça. Churrascos de família, a feijoada de domingo. Todos podem ser ameaças ao bom desempenho nos estudos.
O QUE ESTUDAR?
Divida as matérias em três grupos: básico, complementar e específico. O ideal é que o candidato tenha fortes os conceitos e conteúdos do grupo básico. São eles que precisam ser estudados, revisados e consolidados na mente do candidato e que vão garantir a aprovação. De nada adianta saber muito sobre temas específicos e não conseguir os pontos necessários na prova de Língua Portuguesa, por exemplo.
O grupo complementar é aquele que é específico da área do candidato. Segurança pública, magistratura, ministério público, carreira fiscal. Cada área tem questões e conceitos específicos sobre os quais o candidato deve estudar e que vão cair na prova daquela área em que o candidato escolheu seguir.
O grupo específico são os conteúdos divergentes do edital. Que mudam de um edital para outro ou mesmo que são muito restritos. Estes devem ser estudados somente a partir da publicação do edital do certame.
O ideal é que o aluno tenha planilhas com quais questões mais costumam cair na prova da área para a qual ele vai concorrer. Analisando provas anteriores é possível saber o que a banca mais cobra, quais temas garantem a aprovação. O que deve ser reforçado nos estudos e o que pode parecer importante mas a banca não costuma cobrar nas provas.
COMO ESTUDAR?
“Treino difícil, combate fácil”, defende Benjamim. É necessário que a preparação do candidato seja mais difícil e mais desafiadora do que a prova em si. Dessa forma, na hora da execução do exame o candidato garante estar preparado inclusive para uma prova mais complicada e desgastante.
Benjamim sugere que os candidatos façam análises e planilhas que contenham os estilos de bancas e como funcionam as questões de cada banca (se são mais generalistas, mais literais ou mais interpretativas). É necessário saber quais disciplinas são básicas e quais são pilares para outras mais específicas. “Não dá para estudar de forma proveitosa processo civil se a pessoa não sabe as bases do Direito Civil”, explica.
Também é necessário profissionalizar os estudos, ou seja, estudar de forma otimizada, específica e profissional. Para isso a dica é fazer um mapeamento dos erros. Segundo Benjamim existem dois tipos de erro: a distração e o desconhecimento. Sabendo qual é o maior tipo de erro o candidato sabe melhor como solucionar o problema. Se é desconhecimento é simples, basta estudar. Se é distração, o candidato deve avaliar quando e por quê a distração acontece. Pode ser devido ao cansaço, pode ser devido a ansiedade ou mesmo devido à atenção estar dispersa em outros temas.