“O governo quer fazer um ajuste desesperado nas contas para manter o apoio político. Nem sequer apresentou mapeamento do loteamento ideal no serviço público. Como saberá quantos vão sair se não sabe quantos deverão ficar?”, questionou. O Planalto está meramente “enxugando gelo”, disse. Parte significativa do que foi anunciado está prevista em lei, a exemplo da redução da jornada para seis horas, com salário proporcional — 75% da remuneração. “Não tem novidade”, ironizou Marques.
O Executivo teria melhor resultado se o Ministério do Planejamento fizesse o dever de casa, que é regular o desempenho do servidor. “A CGU já concluiu várias demissões com base na insuficiência”, lembrou. De acordo com o Planejamento, a intenção é “aumentar a eficiência no serviço público”. O Executivo, em dezembro passado, tinha 632.485 servidores. A despesa com eles no acumulado de janeiro a dezembro de 2016 ficou em R$ 96,4 bilhões.
Saiba Mais
O plano do governo, por sua vez, deu um norte ao mercado. “Tem um simbolismo. É importante a equipe econômica reconhecer que precisa mexer nas despesas obrigatórias. O valor não faz muita diferença. O fundamental é a direção”, assinalou Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.