Concurso, CorreioWeb, Brasília, DF

Suspensão das seleções em 2016 não fechou totalmente as portas para concursos

Medida não vale para Legislativo e Judiciário. Além disso, muitos órgãos devem preencher vagas geradas pela saída de servidores

27/06/2016 08:12

Henrick Menezes - Especial para o CB

Embora o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, já tenha anunciado que a suspensão de novos concursos para o governo federal deve ser estendida para 2017, a decisão não fechou completamente as portas para quem deseja ingressar no serviço público. Na avaliação de Carlos Alfama, especialista em concursos, a medida não se aplica a todos os casos. Ela não vale para o Legislativo, nem para o Judiciário, e, mesmo no âmbito do Poder Executivo, algumas seleções têm sido anunciadas. “A maioria dos editais pode continuar represada, porém a decisão não vai alcançar todos eles”, afirma.

De acordo com o professor da IMP Anderson Ferreira, há também uma constante necessidade de manutenção da máquina publica, por isso, devem ser abertas exceções. “Os cargos que ficam vagos por questões de aposentadoria, ou falecimento, entre outras razões, precisam ser preenchidos. Em função disso, sempre existe uma necessidade de reposição de servidores”, explica Ferreira (veja quadro ao lado). “E, à medida que a economia for se recuperando, os concursos podem ser autorizados gradativamente, por isso, é importante manter os estudos”, acrescenta.

A administradora Aline Ribeiro, 30 anos, sonha em seguir a carreira de auditora-fiscal. Enquanto a oportunidade não aparece, ela mantém o foco nas matérias gerais normalmente exigidas nas provas. “O cenário para concursos é o pior possível, a realidade é desanimadora. Mas eu continuarei estudando até alcançar meus objetivos, não me permito outra opção”, afirma.

Além de enfrentar a redução de oportunidades, os brasileiros também têm que lidar com os demais problemas econômicos do país. Muitos concurseiros, devido à queda na renda, têm sido forçados a cortar gastos com aulas preparatórias, mas continuam se dedicando aos livros em casa. É o caso da estudante de administração Emile Sodré, 24 anos, que ficou desempregada e não teve como continuar arcando com os custos do curso que frequentava. “Estou à procura de um emprego há 6 meses e, por isso, infelizmente, tive que sair do cursinho. O momento é difícil para quem precisa de emprego. Mas não perco tempo, enquanto não arrumo trabalho, reviso as matérias em casa”, assegura.

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