Para aqueles que desejam investir na carreira, o segundo semestre deste ano será recheado de vagas. Em 2015, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) autorizou 12 órgãos federais a realizarem seleções para preencher 3.399 vagas. Seis deles ainda não lançaram editais. Até dezembro, os concurseiros podem esperar a abertura de seleções para a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e as agências nacionais de Petróleo (ANP), Aviação Civil (Anac) e Saúde Suplementar (ANS). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também entra na lista dos certames federais aguardados: a realização do concurso para preenchimento de 600 vagas foi autorizada no mês passado, e o prazo para abrir a seleção vai até janeiro de 2016.
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Aposentadorias
As escassez de concursos no primeiro semestre e a aposentadoria de servidores também devem aumentar a procura por uma vaga nas oportunidades que serão lançadas no fim do ano. “Tivemos poucos concursos neste ano por conta da demora na aprovação do orçamento. A massa de seleções esperadas para este semestre é muito grande. Os índices de aposentadoria nos órgãos federais varia entre 40% e 50%, e há instituições que já não têm funcionários suficientes para o trabalho”, explica a diretora executiva da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Maria Thereza Sombra.
Os concursos com editais previstos até o fim do ano somam mais de 2 mil vagas entre seleções para cargos de níveis médio e superior. Bacharéis em direito são os que podem concorrer a mais oportunidades abertas: a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Advocacia-Geral da União (AGU) oferecem salários de R$ 17.330,33 para advogados e procuradores e, juntas, 234 vagas. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também realizará, em novembro, as provas para preencher 27 vagas de promotores de Justiça substitutos, com salário de R$ 27.500,17.
Palavra de especialista
Por trás da estabilidade
A carreira pública tem a vantagem de que a sociedade sempre necessitará dos serviços prestados. Essa função sempre será necessária e, a primeira questão dos governos, em geral, é fazer com que a máquina pública funcione. Para isso, os servidores precisam ser qualificados e bem remunerados. Um dos principais problemas na administração pública é a visão defasada de que, por causa da estabilidade, o funcionário terá vida fácil e poderá ser falho no serviço. A estabilidade é dada porque o funcionário precisará fazer atividades que são de interesse público e podem contrariar superiores nomeados em cargos de confiança. Atualmente, muitos órgãos que prestam serviços diretos à população estão trabalhando no limite de funcionários, então os concursos são extremamente necessários para possibilitar um trabalho de qualidade.
Jorge Pinho, professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília e especialista em administração pública