Em maio e junho, meses críticos para o governo, surgiram 663 cargos de Diretoria e Assessoramento Superiores (DAS) e Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), muito cobiçados na administração pública, com salários de até R$ 15,5 mil. Apenas no mês passado, quando a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer por corrupção passiva chegou à Câmara, o país já retomou os 449 cargos que havia conseguido cortar desde o início do ano. A alta foi de 3,4% nos últimos dois meses — proporcionalmente maior que a observada entre o número de servidores concursados, que cresceu 2% no mesmo período, de acordo com dados do Ministério do Planejamento.
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100 mil
O crescimento dos cargos também foi notado nas funções de confiança e gratificações. Juntando com os comissionados, a quantidade de pessoas nessas funções foi de 99.332 para 99.817, alta de 4,9%. Se mantiver o ritmo, o país não demora a ultrapassar a marca de 100 mil, o equivalente ao número de moradores do Sudoeste, do Lago Norte e do Lago Sul juntos. “Em uma situação fiscal grave como a atual, em que o governo precisa mexer até no preço do combustível para cortar gastos, não tem explicação criar mais cargos. Não tem sentido, quando o Estado está devendo R$ 139 bilhões”, avaliou Castello Branco. Cada uma dessas funções inclui gastos com “secretária, sala especial, assessor”, listou. “É assim que a estrutura acaba crescendo de uma forma megalomaníaca.”